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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Turismo de observação de baleias pode render US$ 3 bilhões por ano

Para os países que não as caçam, as baleias que chegam ao seu litoral têm um valor que não se mede em toneladas de carne, mas em milhões de turistas e bilhões de dólares.


Não há necessidade de matá-las para tirar proveito delas"Roxana Schteinbarg, diretora do Instituto de Conservação de Baleias, da ArgentinaNo ano passado, mais de 13 milhões de pessoas observaram baleias em 119 países, gerando US$ 2 bilhões, segundo cálculos do ministro australiano da Ecologia, Peter Garret, informados à Comissão Baleeira Internacional (CBI) reunida em Agadir (sudoeste do Marrocos) até esta sexta-feira (25).

A CBI, fundada em 1946 para regular a caça às baleias, é a entidade que administra as populações desses grandes cetáceos.

Há 14 anos, a CBI criou um grupo de trabalho científico dedicado à observação de baleias ("whale watching"), atividade turística em plena expansão que permite admirar as gigantes dos mares a bordo de um barco.

Segundo o primeiro estudo sobre o tema, elaborado pelo Fisheries Center da Universidade da Columbia Britânica (Canadá), a observação de baleias - chamada pela CBI de "exploração não letal das baleias" - poderia render US$ 3 bilhões ao ano e gerar 24 mil empregos no mundo.

A América Latina é muito ativa na CBI: a observação de baleias, em ascensão de mais de 11% ao ano desde o fim dos anos 1990, três vezes mais que a média mundial, representa um negócio de US$ 278 milhões que atrai um milhão e meio de pessoas.

"Na Península Valdés [Patagônia argentina], mais de 200 mil turistas vêm ver as baleias entre junho e dezembro", contou Roxana Schteinbarg, diretora do Instituto de Conservação de Baleias. "Não há necessidade de matá-las para tirar proveito delas."

A maioria dos países da região - acrescentou - adotaram regras de observação. Para se fazer ouvir, uma centena de operadoras latino-americanas e caribenhas apresentaram, por iniciativa da Argentina, uma declaração ante a CBI reivindicando a manutenção da moratória para a caça comercial, o respeito dos santuários baleeiros e a criação de um novo santuário no Atlântico Sul.

A Nova Zelândia, de onde se zarpa para ver as baleias azuis e cachalotes, "fatura mais de US$ 80 milhões" com a atividade, disse Karena Lyons, membro da delegação. "Isso garante ganho máximo para as comunidades locais e um impacto mínimo para as baleias."

A CBI deu sua autorização para um plano estratégico quinquenal sobre a observação das baleias, cujo objetivo será enquadrar o desenvolvimento dessa atividade e reduzir os impactos sobre os cetáceos.

"Essa poderia ser uma atividade multimilionária", disse Sue Taei, do Pew Environment Group de Samoa.
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