As ações realizadas pela Prefeitura de Cuiabá e pelo Governo do Estado no último ano para combater a dengue foram insuficientes, de acordo com o promotor de Justiça Alexandre de Matos Guedes. Na tarde desta terça-feira (19) foi realizada uma audiência pública para debater novas diretrizes no combate à doença em Mato Grosso.
O promotor explicou que a última audiência pública foi realizada durante o período chuvoso da temporada passada, quando os números da dengue já estão acentuados, mas que desta vez a audiência foi convocada para antes do período em que a doença se alastra justamente para evitar uma contaminação tão expressiva quanto a do ano passado.
Benedito Oscar Campos, diretor da Vigilância à Saúde e Ambiente (Divisa), apresentou os números de Cuiabá. Segundo ele, o município conseguiu reduzir os casos da doença em relação ao ano passado. De acordo com Campos, a temporada passada foi atípica, com um grande volume de casos constatados inclusive fora do período chuvoso.
Somente em abril de 2009, mês que teve o maior número de doenças constatadas, 4800 casos foram registrados, número que supera, até então, todos os casos de dengue em 2010, que está na marca de 4600.
Os dados da Prefeitura dão conta de que o bairro recordista em casos de dengue em Cuiabá é o Pedra 90. O diretor da Divisa explicou que o plano de contingência da doença em Cuiabá para esta temporada está sendo finalizado e deve ser apresentado já nesta sexta-feira (22). De acordo com ele, a intenção é atacar os quatro cantos da cidade de uma só vez para – com palavras dele – “evitar uma guerra”.
Irregularidades no combate à doença
O procurador do Ministério Público de Contas Alisson Carvalho de Alencar informou que o Tribunal de Contas do Estado detectou algumas irregularidades nas gestões das Secretarias de Saúde Estadual e Municipal no combate à dengue na última gestão.
O procurador explica que quanto à Secretaria Estadual, as irregularidades se restringem mais a ineficiência na orientação da população. Enquanto na gestão municipal, o tribunal levantou pontos como a ineficiência na aplicação de recursos financeiros, humanos e problemas com a notificação dos locais que possuíam focos da doença. O relator do processo que ainda será votado é o Conselheiro Antonio Joaquim.
Residências são o maior problema
As residências são os locais onde os mosquitos mais se reproduzem, com os lixos acumulados nos quintais e nos vasos de planta. As casas superam até os terrenos baldios. No ranking de 2009, Cuiabá foi a cidade que mais teve casos de dengue no estado, com 10,8% dos casos. Na sequência ficaram os municípios de Rondonópolis (7,9%), Primavera Do Leste (7,4%), Sinop (6,7%) e Barra do Graças (6,6%).
