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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Estudo adverte que avanços contra tuberculose estão ameaçados

As novas cepas de tuberculose são cada vez mais resistentes aos remédios para curar a doença, o que ameaça os avanços realizados nas últimas décadas, segundo um relatório publicado nesta quinta-feira (17) pela revista The Lancet.


O relatório, divulgado nas vésperas do Dia Mundial contra a Tuberculose (24 de março), ressalta o impacto causado por outros fatores de risco, como tabagismo e diabetes, no aumento da incidência da doença no mundo todo.

A tuberculose mata, anualmente, 1,7 milhão de pessoas e o número atual de doentes (cerca de 9 milhões) é o mais alto registrado na história, segundo o trabalho coordenado pelos professores Alimuddin Zumla, do University College de Londres, e Stephen Lawn, da Universidade da Cidade do Cabo (África do Sul).

Um total de 80% dos casos ocorre em 22 países pobres e emergentes, com especial incidência na África Subsaariana, onde são registrados quatro de cada cinco casos de tuberculose associados ao vírus da Aids, uma combinação com "efeito devastador".

- O aumento das taxas de tuberculose resistente aos remédios no leste da Europa, Ásia e África Subsaariana ameaça prejudicar os avanços realizados mundialmente com os programas de controle da tuberculose.

O relatório assinala que os principais fatores de risco para contrair e desenvolver plenamente a doença são o vírus da Aids - que multiplica por 20 a probabilidade de ter tuberculose -, viver em situação de pobreza e superpopulação.

No entanto, outros elementos preocupam os especialistas, como "a epidemia global de diabetes e as altas taxas de consumo de tabaco em países pobres e emergentes", indicaram Zumla e Lawn, que asseguraram que a diabetes multiplica por três o risco de adquirir tuberculose e que o tabagismo multiplica por dois.

- Estes são os elementos que podem fazer a epidemia de tuberculose disparar.

Há, além disso, outros muitos fatores de risco: câncer, carência de vitamina D, alcoolismo, poluição em espaços fechados, problemas renais crônicos, herança genética, e uso de corticoides e de remédios antagonistas do fator de necrose tumoral (FNT), para tratar dores como a artrite reumatoide.

Estudos na América do Norte demonstraram que os FNT aumentam em 50% o risco de desenvolver a doença em pacientes infectados e que os corticoides aumentam em 100%.

O estudo conclui que os principais problemas a serem superados são a falta de exames acessíveis de diagnóstico, a excessiva duração dos tratamentos, a falta de uma vacina eficaz, o surgimento de cepas resistentes aos remédios e a fragilidade dos sistemas públicos de saúde nos países pobres e em desenvolvimento.

Apesar disso, afirma que "há razões para o otimismo", porque este é um momento de excelência nas pesquisas para a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença. Mas este impulso não servirá de nada, advertem, "se não houver um grande compromisso político e financeiro para garantir que possam ser cumpridos os objetivos do Plano Global da OMS (Organização Mundial da Saúde) 'STOP TB' para o período 2006-15".
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