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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Maior problema da tuberculose é o abandono do tratamento

Foto: Divulgação

Maior problema da tuberculose é o abandono do tratamento
Apesar do número de casos de tuberculose não ser tão elevado em Rondonópolis, o abandono do tratamento na fase inicial é o mais comum e o que mais preocupa os profissionais que acompanham os pacientes. O município registrou, em 2010, 51 casos e, em 2011, foram quatro casos da doença.


De acordo com Lourenço Ribeiro da Cruz Neto, técnico do Programa de Hanseníase e Tuberculose da Secretaria Municipal de Saúde, quando a pessoa infectada dá início ao tratamento passa a se sentir muito bem já no final do primeiro mês e início do segundo. Por esse motivo, muitos abandonam o tratamento, o que se torna um agravante, já que o bacilo pode se tornar super resistente ao medicamento.

Quando essa super resistência acontece, o tratamento é feito em Cuiabá e exige outros tipos de medicamentos. Além disso, há possibilidade de transmissão e pacientes com o bacilo passam por um tratamento mais longo e muitos vêm a óbito. “Sempre orientamos para não abandonarem e explicamos as conseqüências”, explica Lourenço. O técnico ainda pontua que em Mato Grosso, muitos município passam pelo mesmo problema do abandono.

Em Rondonópolis, há atualmente 50 pessoas que fazem o tratamento da tuberculose, que é iniciado no Centro de Saúde Jardim Guanabara, no bairro com o mesmo nome, onde uma enfermeira e uma médica especialista realizam a coleta do escarro e pesquisa do bacilo para diagnosticar a doença. Se for positivo, a pessoa inicia imediatamente o tratamento, com duração de seis meses, mas passa a ser acompanhada pelo profissional da unidade de saúde do seu bairro.

Em 15 dias de tratamento, o paciente já não oferece mais risco de transmissão. No entanto, se ficar mais de um mês sem tomar os remédios tem que iniciar o tratamento novamente, sem contar que pode acarretar na super resistência do bacilo.

Os primeiros sintomas da tuberculose são falta de apetite, emagrecimento, cansaço, febre baixa, sudorese noturna e tosse por mais de duas semanas. Em longo prazo, pode haver a falta de ar e progressiva dificuldade para respirar, tosse com sangue (hemoptise) e até a morte. A tuberculose é considerada umas das doenças oportunistas em pacientes com HIV. Segundo o técnico, algumas pessoas que também estão em tratamento são usuárias de drogas.

Em Rondonópolis, a Secretaria de Saúde já realizou sete mutirões para abordar a doença e também a hanseníase. Serão mais 14 até o final do ano em diversas regiões da cidade. Neste sábado (26) acontece um mutirão na Praça Brasil, para orientação e busca de pessoas infectadas. Em abril também haverá um treinamento específico da doença para médicos e enfermeiros que trabalham para o sistema de saúde municipal.

“Trabalhamos com estimativas, assim como a Secretaria de Estado da Saúde e Ministério da Saúde. Existia a possibilidade de termos 65 casos em 2010 e tivemos 51, mas não descartamos que há mais casos que não foram encontrados, por isso os mutirões são importantes, assim como a conscientização das pessoas de procurar ajuda no centro de referência”, salienta Lourenço Ribeiro.

Dados

A tuberculose é a maior causa de morte por doença infecciosa em adultos. De acordo com estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS), dois bilhões de pessoas estão infectadas pela bactéria causadora da patologia. Entre elas, 8 milhões desenvolverão a doença e 1,7 milhões morrem a cada ano.

As estatísticas no Brasil também não são animadoras, segundo o Ministério da Saúde, o Brasil ocupa o 15º lugar entre os 22 países responsáveis por 80% do total de casos de tuberculose no mundo. No país, são notificados anualmente 85 mil casos novos. Além disso, são registrados cerca de 6 mil mortes por ano em decorrência da doença.
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