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Quarta-feira, 26 de junho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

SUS mobiliza todo o país para vacinar crianças contra paralisia infantil e sarampo

O Sistema Único de Saúde (SUS) inicia, no dia 18 de junho, a primeira etapa de mobilização da Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite de 2011. Todas as crianças menores de cinco anos (4 anos, 11 meses e 29 dias) devem tomar as duas gotinhas para prevenir a paralisia infantil. A segunda fase começa no dia 13 de agosto. Nesta data, os pais ou responsáveis devem levar as crianças novamente aos postos de vacinação, para que elas recebam mais duas gotinhas contra a pólio.


Em cada etapa, a meta é vacinar 95% do público-alvo, que é de 14.148.182 crianças de zero a menores de cinco anos. São mais de 350 mil profissionais de saúde envolvidos, em todo o país. É importante levar a carteira de vacinação das crianças, para atualização das doses aplicadas.

Para as duas fases da campanha, o Ministério da Saúde investiu R$ 46,6 milhões, na compra e distribuição das vacinas. Mais R$ 20,2 milhões foram transferidos para os fundos de saúde das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. A campanha de mídia da primeira fase começa a ser exibida no dia 12 de junho, em todo o país. A da segunda etapa, em 7 de agosto.

“Vacinando as crianças, ampliamos a cobertura vacinal do país contra essas duas doenças, paralisia infantil e sarampo, que ainda ocorrem de maneira importante em diversos países”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva nesta terça-feira, em Brasília.

O último caso de poliomielite no Brasil foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. Porém, é importante continuar vacinando as crianças porque o vírus da paralisia infantil ainda circula em outros países. De acordo com a OMS, 26 países ainda registram casos da doença e quatro deles são endêmicos, ou seja, possuem transmissão constante: Afeganistão, Índia, Nigéria e Paquistão.

A pólio é uma doença infectocontagiosa grave. Na maioria das vezes, a criança não morre quando é infectada, mas adquire sérias lesões que afetam o sistema nervoso, provocando paralisia, principalmente nos membros inferiores. A doença é causada e transmitida por um vírus (o poliovírus) e a infecção se dá principalmente por via oral.

Vacinação contra o sarampo

Em 2011,a campanha de vacinação contra a poliomielite terá uma novidade. No início da primeira etapa, em 18 de junho, além das duas gotinhas contra a paralisia infantil, municípios de oitos estados também vão vacinar crianças contra sarampo: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas.

Nesses municípios, todas as crianças entre um ano e menores de sete anos (6 anos, 11 meses e 29 dias) devem se vacinar contra o sarampo – mesmo que já tenham sido vacinadas antes. A partir do dia 15 de junho, será veiculado um comunicado sobre a vacinação do sarampo, em televisões e rádios de SP, MG, RJ, RS, PE, BA, CE e AL.

Municípios das demais unidades da federação vão vacinar as crianças dessa faixa etária contra o sarampo no dia 13 de agosto (começo da segunda etapa de vacinação contra a pólio). Nos 18 estados restantes e no Distrito Federal, o comunicado em rádio e tevê começa a ser veiculado em agosto.

Esta vacinação contra o sarampo é chamada “campanha de seguimento” e costuma ocorrer em intervalos de três a cinco anos, para reforçar a proteção das crianças contra a doença e manter o Brasil sem transmissão disseminada do vírus do sarampo (leia mais abaixo). A última “campanha de seguimento” ocorreu em 2004 e outra estava prevista para 2009, mas não aconteceu por conta da pandemia de gripe H1N1; nem ocorreu em 2010 por conta da vacinação contra a influenza pandêmica.

Planejada para 2011, a “campanha de seguimento” do sarampo aconteceria, em todo o país, na segunda etapa da vacinação contra a paralisia infantil, dia 13 de agosto. Porém, um surto de sarampo na Europa, que desde o início do ano já tem mais de 6,5 mil casos suspeitos notificados, sendo 5 mil somente na França, fez com o que o Ministério da Saúde, juntamente com estados e municípios, antecipasse a ação em áreas prioritárias.

Com a proximidade das férias de meio de ano, foram levados em conta três critérios para identificar os estados onde a “campanha de seguimento” contra o sarampo será antecipada nos estados com: maior fluxo turístico; densidade populacional, dificultando operações efetivas de bloqueio vacinal, em caso de surtos; e em localidades com menores coberturas da vacina tríplice viral nos últimos anos.

Assim foram identificados os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Bahia, Ceará e Alagoas. Baseado nesses critérios, o Ministério da Saúde também recomendou antecipar a vacinação no Rio Grande do Norte. Mas a Secretaria Estadual de Saúde alegou que não teria logística para realizar a “campanha de seguimento” em 18 de junho. Por isso, os municípios vão vacinar a população alvo na segunda etapa da campanha contra a pólio, em 13 de agosto.

Nas duas fases da “campanha de seguimento” contra o sarampo, a meta é vacinar 95% da população alvo, que é de 17.094.835 crianças de um ano de idade a menores de sete anos. Para as duas etapas da vacinação, o Ministério da Saúde investiu R$ 146,7 milhões na compra e distribuição das doses, agulhas e seringas (a vacina é injetável); e repassou mais R$ 16,3 milhões aos estados e municípios, para organizarem a campanha nos municípios.

Histórico do sarampo no Brasil

Em 2011, até maio, foram confirmados dez casos de sarampo no Brasil, nos estados do Rio de Janeiro (3), Rio Grande do Sul (3), São Paulo (1), Bahia (1), Mato Grosso do Sul (1) e no Distrito Federal (1). Todos esses casos foram de pessoas não vacinadas, que viajaram ao exterior ou que tiveram contato com viajantes portadores da doença. O genótipo do vírus é o D-4, o mesmo que circula na França. Em todos os casos, foi realizada vacinação de bloqueio, entre as pessoas que tiveram contato com os doentes.

Desde 2000, o vírus selvagem não circula livremente no país. De 2001 a 2005, foram notificados apenas dez casos de sarampo, dos quais quatro foram importados (Japão, Europa e Ilhas Maldivas) e seis casos eram associados a essa importação.

Em 2006, foram 57 casos na Bahia, com fonte de infecção desconhecida e identificação de genótipo que ainda não tinha circulado no país. Em 2010, foram confirmados 68 casos – no Pará (3), Rio Grande do Sul (8) e Paraíba (57) – todos importados ou associados a esses casos importados.

O sarampo é uma doença aguda, altamente contagiosa, transmitida por vírus. Os sintomas mais comuns são febre, tosse seca, exantema (manchas avermelhadas), coriza e conjuntivite. A transmissão ocorre de pessoa a pessoa, por meio de secreções expelidas pelo doente ao tossir, falar ou respirar. O período de transmissão varia de quatro a seis dias antes do aparecimento do exantema até quatro dias após o surgimento das manchas. A vacina é o meio mais eficaz de prevenção.
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