O povo brasileiro começa a se concientizar sobre o risco que a dengue pode trazer. Nos últimos seis meses de 2011 houve uma redução de 18% nas notificações da doença - de 715.666 casos neste ano contra 874.793 em 2010. Outro dado importante é que os caso graves teve uma queda brusca de 45% este ano em comparação ao mesmo período do ano passado, de acordo com o balanço divulgado pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (6).

Consequentemente o número de mortes pela doença também caiu 44% no primeiro semestre de 2011. Até a divulgação foram 310 óbitos confirmados contra 554 mortes decorrentes no ano anterior.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, disse a queda mostra uma série de iniciativas que tornaram o sistema mais sensível, o que permitiu orientar a assistência nos estados e municípios com informações em tempo adequado. "Desde que se criou a portaria 104/2011, que estabeleceu a obrigatoriedade da notificação imediata dos casos graves e óbitos por dengue pelas Secretaria Estaduais e Municipais de Saúde iniciou uma redução no números relacionados a doença", lembrou.

Dos casos notificados, 75% estão concentrados em oito estados: Rio de Janeiro (137.335); São Paulo (11.406); Amazonas (57.117); Ceará (56.390); Paraná (55.029); Minas Gerais (49.883); Espírito Santo (39.683) e Bahia (30.588). Mesmo sendo a região Sudeste que concentrou o maior número de casos (47%), o estado que mais preocupa é o Ceará que houve um aumento 569% de casos graves confirmados por dengue. Em consequência ao ascréscimo de casos que requeriam cuidado, o número de mortes que em 2010 eram cinco, passou para 60 - um extraordinário aumento de 1.100%.

O secretário Barbosa, alerta para a possibilidade de persistência da transmissão em níveis elevados no verão de 2012, associado às condições ambientais, permitem a manutenção do mosquito Aedes aegypti. Esse alerta é de carater preventivo. "O alerta é para que a gente não perca a mobilização, pois agora vamos ter meses que vão ter pequenos casos. Naturalmente é quando as pessoas baixam a guarda pensando que o problema foi embora e terminando esse período teremos um novo verão e podemos ter a transmissão da doença em vários estados e municípios", explica.