Logo após o Bem Estar desta segunda-feira (8), o infectologista Caio Rosenthal respondeu a perguntas da internet sobre vírus e bactérias. Ele explicou que as vacinas, ao simularem um ataque, fazem o organismo produzir anticorpos e se tornar imunizado antes de uma infecção real.

Contra a Aids, porém, ainda não é possível fabricar uma vacina, porque o HIV muda muito rápido e, diferentemente de outros vírus, ele não sai mais das células após entrar nelas. Por dia, o vírus é capaz de multiplicar-se até bilhões de vezes. E, além de o organismo não fabricar anticorpos contra ele, as principais células de defesa do corpo, chamadas de linfócitos T4 (ou CD4), são destruídas.

No caso da gripe, o vírus também sofre mutações, e a vacina deve ser atualizada a cada ano. As cepas mais prevalentes de cada época são reunidas, purificadas e aplicadas na população.

Segundo o médico, a afta clássica é causa por estresse, não por vírus. Em relação à dengue, o grande remédio é a hidratação: seja pela ingestão de água, seja pela introdução de soro na veia. O que não se pode usar é aspirina, mas o paracetamol pode ser tomado para acabar com a dor.

Se houver dor de cabeça e vômito, esses sintomas também são combatidos, já que não há um medicamento específico contra a dengue, e sim contra os sinais. O Brasil já trabalha para uma vacina contra a doença, o que pode ficar pronto em três ou quatro anos, disse o infectologista.

O ciclo de replicação dos vírus, ou seja, o tempo que eles ficam no corpo humano, tem começo, meio e fim, porque o próprio organismo cria anticorpos e expulsa os invasores.

Rosenthal destacou, ainda, que durante a vida uma pessoa pega cerca de dez vírus da gripe, se não tomar as vacinas. O restante são resfriados. E não se pega vírus pelo ar, mas de pessoa para pessoa – ou de animal para pessoa em casos mais raros –, porque o vírus precisa de uma célula viva para agir e se multiplicar.

Por fim, o especialista explicou o que é erisipela, uma doença de pele causada pela bactéria Streptcoccus pyogenes, que acomete mais as mulheres, sobretudo as muito acima do peso. Micoses entre os dedos dos pés funcionam como uma porta de entrada desses micro-organismos, que sobem pelos vasos linfáticos e, em situações mais graves, pode provocar até uma infecção generalizada.

O problema precisa ser tratado com antibióticos específicos e, para evitá-lo, deve-se secar bem entre os dedos, manter uma boa higiene na pele, fazer exercícios regularmente e ficar no peso ideal.