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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Feijão transgênico pode reduzir o índice de perda nas lavouras

A liberação comercial de feijão transgênico deve ser votada nesta quinta-feira pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). As variedades, produzidas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), são resistentes ao vírus do mosaico dourado - principal praga da cultura do grão no Brasil e na América do Sul.


A pesquisa sobre o desenvolvimento do grão geneticamente moficado durou dez anos e é a primeira desenvolvida exclusivamente por uma instituição pública brasileira. O pedido de liberação foi realizado pela Embrapa, em dezembro de 2010.

Segundo Francisco Aragão, pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, a aprovação do feijão transgênico pode reduzir significativamente o índice de perda nas lavouras. "O vírus do mosaico dourado ocorre em todas as regiões em que se planta feijão no Brasil e as perdas anuais equivalem a uma quantidade que poderia alimentar entre 9 milhões e 18 milhões de pessoas adultas", explicou à Agência Brasil.

A presidente da Associação Nacional de Biossegurança, Leila Macedo Oda, defendeu a liberação comercial do grão geneticamente modificado e argumentou que a medida deverá beneficiar principalmente os pequenos produtores. "O cultivo do feijão é praticamente exclusivo de pequenos agricultores, que acabam perdendo toda a produção quando a lavoura é atingida pelo mosaico dourado. Esse trabalho da Embrapa terá um impacto social grande, além de ser pioneiro e desenvolvido por cientistas brasileiros", avaliou.

As organizações ambientalistas e associações de pequenos produtores questionam a ausência de maiores estudos sobre o novo feijão e a falta de dados sobre os possíveis impactos da modificação genética sobre todas as variedades do grão consumidas no país. Em julho, entidades ligadas à Articulação do Semiárido Brasileiro (ASA) divulgaram uma moção de repúdio ao projeto da Embrapa, em que avaliam o novo feijão como "uma grave ameaça à segurança e à soberania alimentar e à agrobiodiversidade".
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