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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Fazer terapia e escrever livro ajudam jovens a superar traumas de atentado

Muita coisa mudou na vida dos americanos nesses dez anos depois do atentado. Na última reportagem da série especial do Jornal Hoje sobre o onze de setembro, Sandra Annenberg vai contar a história de três personagens, e como cada um deles conseguiu diminuir o trauma causado pelos ataques.


O primeiro dia de aula é inesquecível. Mas foi o segundo que ficou marcado para Brook Peters. Ele tinha quatro anos naquele 11 de setembro de 2001. Estudava no jardim de infância em uma escola a pouco metros do World Trade Center. Hoje ele tem 14 anos e muita história pra contar. Lembra da mãe, Michelle, correndo...ela o levou para o corpo de bombeiros ali perto, onde é voluntária.

Brook cresceu no quartel e diz que eram uma grande família. Fez sete anos de terapia e um documentário para mostrar o que ele, colegas e professores viveram naquele dia. Perdeu muitos tios, como Brook chamava os bombeiros – 343 morreram em ação.

O 11 de setembro deixou muitos órfãos. Não existe um número exato, mas por volta de 3 mil crianças perderam pai ou mãe naquele dia. Para ajudá-las a crescer, foi criada a ONG Crianças da Terça-feira – era uma terça-feira aquele dia. "A organização nasceu durante uma cerimônia em homenagem às vítimas quando todos se perguntaram quem cuidaria daquelas crianças", diz a diretora. Ela sabe o quanto uma ajuda é necessária nessas horas. Há muitos anos, ficou viúva com filhos pequenos. E ela já atendeu 6 mil pessoas, 150 famílias, cada uma afetada de alguma forma.

Dez anos depois, 98% das crianças e jovens ainda precisam de assistência emocional. E da ong, nasceu um projeto que reúne jovens vítimas de terrorismo pelo mundo. São palestinos, israelenses, paquistaneses, americanos, que se entendem porque viveram experiências parecidas. “Quem sabe assim, essa geração cresça mais tolerante”, diz Candida.

No dia em que 2977 pessoas perderam a vida, somando todos os ataques, mais de 10 mil crianças nasceram aqui nos Estados Unidos. Em Pittsburgh, 500 quilômetros a oeste de Nova York, uma família ganhou um novo integrante naquela data.

A mãe Christine assistiu tudo pela tv, na maternidade, ao vivo. Ela conta que era uma mistura de sentimentos: estava feliz, claro, porque nascia seu terceiro bebê, mas sentiu que os atentados ofuscaram aquele momento. E, em homenagem à vida, resolveu publicar um livro com fotos de 50 bebês nascidos naquele dia. São rostos da esperança, todos bebês unidos, um de cada estado americano, por uma mesma causa. "Melhorar o mundo", diz Trevor, o filho de Christine. Dez anos depois, Christine faz um novo livro com frases dos hoje pré-adolescentes e com suas idéias sobre o futuro.
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