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Domingo, 21 de julho de 2024

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Vagas insuficientes

MT sofre com a falta de leitos em UTI's para crianças

Foto: Reprodução

O diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, José Soares, disse que sempre que há uma criança precisando de um leito de UTI, a equipe é obrigada a improvisar, colocando crianças na UTI adulta

O diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, José Soares, disse que sempre que há uma criança precisando de um leito de UTI, a equipe é obrigada a improvisar, colocando crianças na UTI adulta

Apenas 10% dos 227 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em Mato Grosso são destinados a crianças e adolescentes de um mês a 17 anos, o que gera uma fila de espera que pode demorar dias e ser determinante entre a vida e a morte de um menor.

 
Por falta de uma UTI pediátrica em Rondonópolis, Jonathan Rafael Souza Santos, 5, morreu na terça-feira (24) por um quadro grave de anemia falciforme qye evolui para uma leucemia. O menino ainda sofreu com pneumonia, falência dos rins e seu fígado também foi atingido devido à agressividade da doença.

O diretor clínico da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis, José Soares, disse que sempre que há uma criança precisando de um leito de UTI, a equipe é obrigada a improvisar, colocando crianças na UTI adulta. “Nós precisamos de leitos específicos para crianças. Às vezes temos que esperar dois ou três dias para conseguir uma vaga em Cuiabá, enquanto o correto era ter aqui ou pedir e ter a vaga na hora. Casos de UTI são emergentes”, enfatizou.

Os 24 leitos pediátricos do SUS estão concentrados em Cuiabá nos hospitais Geral, Júlio Muller e Santa Helena, um número considerado insuficiente para a demanda de todas as crianças e adolescentes de Mato Grosso.

No caso de Jonathan ainda houve outro agravante. Entre o prazo de conseguir a UTI pediátrica em Cuiabá e o pedido feito pela direção da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis passaram-se mais de 12 horas, o que é considerado um tempo ágil, contudo o transporte demorou para chegar.

A única empresa da Região Sul equipada com UTI para transporte de crianças tinha ido a Primavera do Leste de onde levou uma criança para a capital e só retornou a Rondonópolis à noite. O leito da UTI já estava liberado para Jonathan às 19 horas. A criança saiu do município às 22 horas, mas já muito fragilizada e morreu ao chegar ao Hospital Santa Rosa, em Cuiabá.

O diretor da Santa Casa disse que mesmo que tivesse dado entrada no mesmo dia em uma UTI da capital, Jonathan poderia ter ido a óbito. Quando a criança deu entrada na Santa Casa de Misericórdia estava com nível 2,5 de glóbulos vermelhos, enquanto o nível normal é de 12. O médico reforçou que uma UTI pediátrica poderia ter revertido o caso.

A assessoria de imprensa da SES disse que Rondonópolis deve ganhar 10 leitos de UTI pediátrica e outros 10 leitos neonatal (para bebês de até 29 dias). Há recursos do Ministério da Saúde com emendas parlamentares e a implantação pode ocorrer ainda neste ano.

Há outros projetos de expansão de leitos de UTI pediátricos no interior, mas ainda sem recursos assegurados. A proposta da Secretaria Estadual de Saúde é de aumentar a oferta em Cuiabá e implantar o serviço em Barra do Garças, Cáceres, Colíder, Sorriso e Sinop.

Mato Grosso tem 439 leitos de UTI e mais da metade (227) são para o SUS, as outras 212 são particulares. Do total de leitos do SUS, 131 são adultos, 72 neonatal e os demais pediátricos. Com exceção das vagas para crianças, hospitais do interior oferecem internação em unidades de terapia intensiva para bebês e pessoas acima de 18 anos.

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