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Domingo, 21 de julho de 2024

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Clínicas de oncologia podem parar de atender MT Saúde

As três principais empresas que prestam serviços de radioterapia notificaram oficialmente a direção do MT Saúde ameaçando paralisar e inclusive marcando data para a suspensão dos serviços, que prometem interromper no dia 20 de fevereiro de 2012. A razão que alegam é a forma como vem sendo tratada a autorização para o tratamento de pacientes com câncer pelo plano de saúde.


Depois das mudanças promovidas no MT Saúde “as autorizações de tratamento especificamente na área de oncologia estão completamente fora dos padrões atuais das clínicas de radioterapia”, como observa o médico radioterapeuta Rodrigo Teixeira Motta- do Núcleo de Terapia Especializada em Cancerologia- NUTEC e segundo secretário da Sociedade Brasileira de Radioterapia.

Segundo Rodrigo Motta, os pacientes com câncer que necessitam de sessões de radioterapia recebem tratamento com o uso de equipamentos denominados: Acelerador Linear, que libera radiação de alto poder de penetração e é destinado ao tratamento de diversos tipos de doenças como tumores benignos e malignos. No entanto, as autorizações concedidas aos pacientes segurados pelo MT Saúde são apenas para equipamentos obsoletos como as bombas de cobalto.

“A sessão por bomba de cobalto é bem mais barata, mas impossível de ser praticada já que o último equipamento em nossa região foi desativado no final da década de 80, após o medo causado pelo acidente com o Césio-137 ocorrido em Goiânia”. Salienta Rodrigo.

Além desse fator, que por si só implica na impossibilidade do tratamento, as autorizações determinam cálculos manuais das doses de radiação em pacientes, quando é comum nos dias atuais o cálculo por meio de softwares atualizados, muitos dos quais com recursos de reconstrução tridimensional.

“A operadora do plano de saúde tem essa prática para diminuir o custo nas sessões de radioterapia, mas o tratamento não surtiria o mesmo feito, pois [precisamos ter]  precisão tecnológica. Não vamos arriscar no erro”, explica o médico.

Outro fator que leva a decisão de suspender os atendimentos é a tabela de pagamento de 2003, praticada pelo MT Saúde e outras operadoras. A notificação enviada na semana passada (20/01) ao MT Saúde diz, textualmente, que “tais condutas impostas pelo plano de saúde, se acatadas pelos especialistas (radioterapeutas) produziriam uma economia significante para a empresa administradora do plano, porém em detrimento de mais efeitos adversos ao paciente e risco de não controle ou cura da doença”.

A notificação deixa ainda bem claro que, “ao contratar um plano de saúde, o usuário tem em mente a garantia de cobertura para qualquer tratamento oncológico reconhecido, atestado e endossado pelos conselhos federais, regionais, sociedade médica especializada e o aval da Anvisa”.

O raditerapeuta Rodrigo Motta também observa que “os planos de saúde podem estabelecer quais doenças serão cobertas, mas não podem limitar o tipo, a qualidade ou o nível de tecnologia de tratamento ao paciente”. A lei de mercado, dessa forma, pode ser aplicada pelas clínicas de oncologia: se não há acordo suspende-se o serviço.

A notificação é assinada pelos representantes das clínicas da Santa Casa do NUTEC e Hospital de Câncer, as empresas que atendem a quase totalidade dos pacientes que necessitam de radioterapia no Estado de Mato Grosso.  (As informações são da Assessoria)
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