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Domingo, 21 de julho de 2024

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Pulmão afetado por bactéria da peste vira reservatório para outros parasitas

Foto: PNAS / Divulgação

Pulmão infectado com o parasita 'Yersinia pestis'

Pulmão infectado com o parasita 'Yersinia pestis'

Cientistas norte-americanos descobriram que pulmões infectados pela bactéria da peste bubônica (Yersinia pestis) viram o espaço ideal para outros micro-organismos se desenvolverem.


O estudo foi conduzido por uma equipe da Universidade da Carolina do Norte e foi divulgado na revista da Academia Americana de Ciências (PNAS).

Quando a bactéria da peste entra nos pulmões pela primeira vez, ela não é percebida durante os primeiros dias, já que não provoca sintomas.

Durante este período em "silêncio", o micro-organismo transforma o pulmão em um ambiente ideal para o aparecimento de outros seres vivos microscópicos.

Os novos "visitantes" chegam depois de poucas horas e provocam uma reação inflamatória. Esta é a forma pela qual o corpo se defende dos invasores, que são quase todos eliminados sem que sintomas sejam percebidos pela pessoa. Somente um sobra: justamente a bactéria da peste.

Até 36 horas depois do primeiro contato de Yersinia com o pulmão do infectado, os sintomas da doença não são notados, mas o número de bactérias da peste pode aumentar até 100 mil vezes.

Depois desse período, os sintomas surgem rapidamente, sendo tarde demais para que médicos possam intervir. Segundo William Goldman, autor do estudo e um dos principais especialistas em peste bubônica no mundo, a morte a partir dos primeiros sintomas pode ocorrer em até dois dias.

A bactéria pode se espalhar pelo ar por meio de gotículas de tosse dos infectados. Segundo os órgãos norte-americanos de prevenção e controle de doenças, uma pessoa portadora da doença pode viajar a outros lugares e espalhar os micro-organismos parasitas.

Em testes com animais, a equipe de Goldman misturou um tipo bastante virulento de Y. pestis com outro que foi manipulado para não se tornar infeccioso. Depois, o grupo tentou usar outros tipos de micro-organismos que infectam os pulmões.

O resultado mostrou que nenhum outro organismo consegue tornar o pulmão um lugar tão vulnerável ao desenvolvimento de outros parasitas. Ele ainda destacou que não existe muita distância em termos de evolução entre a Yersinia pestis e sua antecessora: Yersinia pseudotuberculosis, que causa uma doença muito mais branda.
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