utos do mar, leite, glúten, chocolate. Para algumas pessoas, escolher o cardápio não é tarefa fácil. Os alimentos pautam a escolha dos passeios e dos encontros entre amigos. Porém, muitas dúvidas cercam quem sofre com as restrições alimentares. Alergia ou intolerância alimentar? Qual a diferença? O G1 conversou com uma nutricionista de Sorocaba (SP) para tirar essas dúvidas.
A nutricionista de Sorocaba (SP) Rafaela de Oliveira Fernandes explica a diferença que existe entre alergia e intolerância alimentar. “A alergia alimentar é uma reação adversa aos alimentos desenvolvendo reações imunológicas (consideradas alergias). Na maioria das vezes caracterizadas por reações entre antígenos e anticorpos, que ao identificar que determinados alimentos chegaram ao aparelho digestivo ele é reconhecido como se fosse uma ameaça, e o organismo desenvolve uma reação para combatê-lo, acreditando que uma substância alimentar inofensiva para o organismo possa ser perigosa”. A nutricionista aponta leite, ovo, trigo, frutos do mar e alguns vegetais como sendo os alimentos que causam alergia mais comumente, por apresentarem alto teor de proteína.
“Já na intolerância alimentar, o organismo é incapaz de fazer a digestão do alimento. Neste caso não se trata de uma reação exagerada do nosso sistema imunológico, apenas de uma incapacidade em lidar com a presença do alimento no organismo, podendo haver uma deficiência da enzima responsável por fazer a digestão de determinado nutriente presente naquele alimento. Alguns exemplos mais comuns de intolerância alimentar são a intolerância à lactose, glicose e à frutose e as relacionadas com conservantes, corantes e intensificantes de sabor”, explica Rafaela.
A estudante Sheyla Diogo não pode tentar driblar o mau humor com um pedacinho de chocolate, como a maioria das mulheres. Ela tem alergia ao doce, e descobriu quando tinha 13 anos de idade, durante uma crise. A reação é instantânea. Sheyla fica com aspecto de quem está com catapora se não respeitar a alergia. “Tenho muita vontade quando vejo alguém comendo chocolate”.
Já Viviane Mazuquim sofre de intolerância alimentar. Ela descobriu aos 18 anos, em um exame para localizar um cálculo renal. Na aplicação de uma substância que tinha iodo para esse exame, a dentista sofreu um choque anafilático, e foi parar no centro cirúrgico. Depois disso, foram realizados vários exames e constatado que ela não pode comer peixes e frutos do mar. “Quando eu era criança, minha mãe tentava a todo custo que eu comece peixe, por ser saudável. A intolerância está a cada ano pior, ultimamente até o cheiro de peixe me faz passar mal”. Para driblar o sofrimento de Viviane, os amigos a ajudam, descartando do cardápio o que ela não pode comer.
De acordo com a especialista, os sintomas das reações alérgicas e da intolerância são parecidos. Podem ser relacionados ao sistema gastrointestinal, como vômitos, diarreia e distenção abdominal, ou manifestações dermatológicas, como edema (inchaço), dermatite (vermelidão) e urticária (coceira) e ainda respiratória, como tosse crônica, rinite e otite.
