Olhar Direto

Domingo, 28 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Maleta de brinquedos ajuda a explicar HIV a criança infectada

Foto: Leonardo Wen/Folha Imagem

Objetos lúdicos auxiliam na compreensão de quem adquiriu o vírus por transmissão vertical no centro de referência em São Paulo

Objetos lúdicos auxiliam na compreensão de quem adquiriu o vírus por transmissão vertical no centro de referência em São Paulo

Soldados de brinquedo representam as células de defesa. Bolinhas coloridas, o HIV. Um microscópio ajuda a saber o tamanho do vírus e uma seringa, a falar sobre o tratamento. Ao serem retirados de uma maleta colorida, esses e outros objetos auxiliam em uma hora delicada: a de contar a uma criança que ela foi infectada pelo HIV.


A revelação do diagnóstico a quem adquiriu o vírus por transmissão vertical -da mãe- é uma preocupação de quem lida com esses pacientes. Muitos chegam à adolescência sem saber da doença.

"Os pais resistem, e não é fácil mesmo. Vários mentem, dizem que o filho tem leucemia, otite", diz Eliana Galano, psicóloga do Centro Estadual de Referência e Treinamento em DTS/Aids e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que usam o kit. 

Além de dar margem a que a criança saiba da doença bruscamente por terceiros, o silêncio é ruim para sua saúde emocional. "Elas criam fantasias assustadoras, imaginam que o vírus é enorme. E colaboram muito menos com o tratamento", conta Galano.

Se os pais autorizam e a psicóloga avalia que a criança está pronta, ela conduz o processo. "Falo que o vírus é pequeno, mora no sangue e deixa os soldados desmaiados se o tratamento não for seguido", exemplifica Galano.

Medo de que o filho os culpe ou seja discriminado dificulta a revelação por parte dos pais. "O preconceito ainda é forte", diz Heloísa Helena Marques, infectologista pediátrica da USP (Universidade de São Paulo).

Não há receita nem idade certa para a revelação, mas a notícia não deve ser dada bruscamente e nunca deve passar da adolescência. Na infância, é recomendável saciar a curiosidade da criança, sem necessariamente ir além.

Segundo Marques, um estudo de 2006 mostrou que, após a revelação, a reação inicial é de tristeza, mas o resultado final costuma ser de alívio -para pais e filhos.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 

Comentários no Facebook

Sitevip Internet