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Sábado, 20 de julho de 2024

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SP tem mais de 35% dos brasileiros que já provaram cocaína, diz estudo

Mais de 35% dos brasileiros que já experimentaram cocaína em pó alguma vez na vida moram no estado de São Paulo, aponta o segundo Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


Essa porcentagem corresponde a quase 2 milhões de adultos e adolescentes do estado, de um total de 5,4 milhões de habitantes que já provaram cocaína em pó no país.

Os dados são adicionais à pesquisa divulgada na quarta-feira (5) e se referem a uma amostra populacional de 1.160 adultos e adolescentes de 40 municípios paulistas, que responderam a um questionário com mais de 800 perguntas.

Se forem considerados apenas os usuários desse tipo de droga no último ano, ou seja, de janeiro a março de 2011 até janeiro a março de 2012, São Paulo – que detém 21,6% da população nacional – concentrou 30,9% do total.

Em números absolutos, foram mais de 780 mil consumidores de cocaína em pó, de um total de 2,5 milhões no Brasil.

Entre o grupo que já experimentou, ao longo da vida, derivados de cocaína que são fumados – como crack, óxi e merla –, estão 486 mil paulistas, ou quase 25% do total brasileiro.

Quanto ao consumo de crack, óxi e merla no último ano, o estado mais populoso do país reuniu 16% dos usuários.

"Esse percentual está abaixo do que esperávamos encontrar e mostra que a concentração de crack no Nordeste e no Centro-Oeste está aumentando, até por ser uma droga barata", destaca a pesquisadora Clarice Madruga, que coordenou o levantamento.

Início, frequência e dependência
Segundo Clarice, 35% dos paulistas experimentaram algum tipo de cocaína (inalada ou fumada) antes dos 18 anos de idade.

E relação à frequência, 36% dos usuários consomem cocaína e derivados diariamente ou mais de duas vezes por semana.

Além disso, 13% já procuraram tratamento, o que é um índice considerado alto se levado em conta que, na população geral do estado de São Paulo, apenas 2% dos usuários de todas as drogas buscam tratamento.

Na separação por gênero, as mulheres são menor número, mas se tornam mais dependentes: 74% não conseguem ficar sem usar a droga e têm sintomas de abstinência, contra 29% dos homens. No Brasil inteiro, essa variação é menor – de 57% entre o sexo feminino e 46% entre o masculino.

Escolaridade
Entre os 250 adolescentes de 14 a 18 anos entrevistados pelo Lenad no estado de São Paulo, 0,7% tinha ensino fundamental incompleto, 65% concluíram o fundamental, 33,3% tinham ensino médio e 1% fazia curso técnico ou superior.

Dos 910 adultos que responderam ao questionário, 14% eram analfabetos, 15% tinham ensino fundamental incompleto, 17% haviam concluído o fundamental, 34% possuíam ensino médio e 20% fizeram curso técnico ou superior.

Pesquisa em escolas do país
Outro estudo, conduzido pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), ligado à Unifesp, analisou o uso de drogas lícitas e ilícitas entre 50.890 alunos de 789 escolas das redes pública e privada das 27 capitais do país.

Os dados mais recentes são de 2010 e foram comparados com informações obtidas em 2004. Os alunos responderam a questionários sobre consumo de álcool, cigarro, maconha, cocaína, crack, anabolizantes, energéticos, anfetaminas, solventes, LSD e ecstasy, entre outras substâncias.

Os homens predominam entre os usuários, e a faixa etária de maior prevalência é dos 19 anos ou mais, com 46%. Em 2004, o uso de solventes e inalantes liderava o ranking, seguido de maconha, ansiolíticos, anfetaminas, cocaína e crack. Seis anos mais tarde, apenas anfetaminas e cocaína trocaram de posição – o restante se manteve.

Quanto ao consumo de cocaína em todo o Brasil, 2,5% disseram já ter experimentado alguma vez na vida e 1,8% usou no último ano – ou seja, entre 2009 e 2010. Em relação ao crack, 0,6% provou ao longo da vida e 0,4% foi usuário nos 12 meses anteriores.

Na comparação entre escolas públicas e privadas, as primeiras tiveram 2,8% de usuários de cocaína, contra 1,5% das particulares. Já para o crack, a relação foi de 0,7% para 0,2%.

Na cidade de São Paulo, foram avaliados 4.073 estudantes dos ensinos fundamental (a partir da sexta série) e médio de 59 colégios públicos e privados.

A experimentação de cocaína foi relatada por 1,8% dos alunos, e 1,2% usou a droga no último ano. Já o crack foi alvo de curiosidade para 0,3% dos adolescentes, e 0,1% havia consumido a substância nos 12 meses anteriores.

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