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Sábado, 20 de julho de 2024

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Psicopatas têm olfato pouco desenvolvido, diz estudo australiano

Os psicopatas têm o sentido do olfato notavelmente pobre, revelou um estudo feito por cientistas australianos e publicado na quinta-feira (20), na revista "Chemosensory Perception".


Os pesquisadores Mehmet Mahmut e Richard Stevenson, do Departamento de Psicologia da Universidade Macquarie, em Sydney, testaram uma teoria segundo a qual a psicopatia – distúrbio severo de personalidade caracterizado por falta de empatia, comportamento antissocial e insensibilidade – pode estar vinculada a uma reduzida habilidade de sentir cheiros.

Os dois fenômenos foram rastreados de forma independente, em uma região na frente do cérebro chamada córtex orbito-frontal (COF), responsável pelo controle de impulsos, planejamento e comportamento de acordo com as normas sociais. A região também parece ser importante no processamento de sinais olfativos, embora essa função ainda não esteja clara, segundo um trabalho anterior.

Os autores avaliaram o olfato de 79 pessoas entre 19 e 21 anos, diagnosticados como psicopatas não criminosos e residentes na comunidade. Usando "bastões inaláveis" – 16 canetas contendo diferentes aromas, como laranja, café e couro –, os cientistas verificaram que os jovens tinham problemas em identificar corretamente um odor e diferenciá-lo de outro.

Moléculas de odores se ligam a células nervosas específicas na base do nariz, que então enviam sinais através do trato lateral olfativo para o córtex olfatório primário. Dali, a mensagem vai para o COF, por meio de uma parte do cérebro chamada núcleo mediodorsal, situada no tálamo, que fica bem no meio do encéfalo.

Os indivíduos que obtiveram a maior pontuação em um teste padrão de traços de psicopatia apresentaram os piores resultados no teste de odores, mesmo sabendo que estavam inalando algo.

A descoberta pode ser útil para identificar psicopatas, que eles são hábeis manipuladores em interrogatórios, destacou o estudo.

"Medições olfativas representam um marcador potencialmente interessante para traços de psicopatia, porque as expectativas de desempenho não são claras em testes de odores e podem, portanto, ser menos suscetíveis a tentativas de criar respostas 'boas' ou 'más'", acrescentou.

A pesquisa destaca, porém, que ter um olfato pobre não significa que alguém seja psicopata. A disfunção olfativa pode ocorrer também em indivíduos com esquizofrenia, mal de Parkinson e Alzheimer.

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