Com a chegada da primavera, cresce o número de casos de alergia polínica no Brasil. Em geral, a doença se manifesta em regiões onde a estação é mais definida, como o Sul e áreas montanhosas. Mas, segundo o presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia, João Negreiros Tibyriçá, aumentam episódios relatados por brasileiros que estiveram fora do país. “Eles vão para o exterior, passam três ou quatro temporadas, acabam se sensibilizando ao pólen lá e vão apresentar alergia polínica aqui”, diz o médico.

O fim da temporada de seca também contribuiu. Durante os períodos em que a umidade relativa do ar está mais baixa, aumenta a irritabilidade da mucosa nasal do paciente, podendo desencadear uma crise mesmo com pequenos estímulos como mudança de temperatura, fumaça ou poeira.

Os sintomas da alergia são semelhantes aos do resfriado: coriza, espirro e congestão nasal. O alérgico, porém, sente coceira nos olhos e na garganta. Além do teste alérgico, é possível identificar o problema através de exame de sangue, que permite saber a quantidade do anticorpo que causa a alergia.

Tibyriçá aponta que há três formas de tratamento. No primeiro deles, após a identificação da substância que causa a alergia, chamada de alérgeno, é feito um programa de controle do ambiente. Se o problema for poeira, por exemplo, retirar os tapetes podem reduzir a concentração de ácaro.

A segunda possibilidade é o uso de remédios. “O principal deles é o corticóide tópico nasal, no caso da rinite alérgica. Faz-se uso contínuo durante meses, até que os sintomas sejam realmente controlados”, explica o médico, que ressalta que a medicação não gera dependência. Outra maneira é o uso de vacinas direcionadas aos alérgenos.

Segundo o alergista, não há uma idade específica para que a alergia se manifeste. “A alergia pode começar em qualquer fase da vida. Já identifiquei alergias que começaram aos 50, 60 anos de idade, mas é mais comum que começam desde a infância”, afirma.