Um estudo britânico publicado nesta sexta-feira (28) indica que o novo tipo de vírus identificado no país tem ligação próxima a um vírus comum em morcegos. O relatório da Agência de Proteção à Saúde fez um sequenciamento genético inicial do micro-organismo, e mostra que o vírus pode estar sendo transmitido por animais – além de morcegos, a lista de suspeitos inclui camelos, ovelhas e bodes.

O novo vírus é um coronavírus. Ele tem parentesco com o da Sars (síndrome respiratória aguda grave, na sigla em inglês), mas não é tão infeccioso. Em 2003, uma epidemia da Sars provocou centenas de mortes, principalmente na Ásia.

Até agora, já foram confirmados dois casos de infecção pelo novo vírus. Um paciente morreu há meses na Arábia Saudita e o outro, natural do Qatar, está internado em um hospital de Londres em estado crítico, porém estável.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) trabalha com a possibilidade de que os dois tenham adquirido o vírus em contato direto com animais. Para confirmar essa suspeita, ela acionou seus especialistas no Oriente Médio em busca da origem da doença.

Um porta-voz da OMS afirmou nesta sexta que, até o momento as evidências sinalizam que o vírus “não é facilmente transmitido de pessoa para pessoa”. Para a agência, ainda é cedo para prever o tamanho da ameaça que o vírus representa.

Para Ralph Baric, especialista em coronavírus da Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, faz sentido pensar em qualquer animal que seja comum na região. “Biólogos agora precisam ir até a área e pegar amostras de quaisquer animais que estiverem sob alcance, incluindo camelos e bodes”, afirmou.