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Sábado, 20 de julho de 2024

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Nova técnica pode evitar aparição de doenças genéticas de origem materna

Uma equipe de cientistas conseguiu substituir o DNA mitocondrial defeituoso encontrado em um...

Uma equipe de cientistas conseguiu substituir o DNA mitocondrial defeituoso encontrado em um óvulo humano por outro saudável, um avanço que pode ajudar a prevenir doenças genéticas de origem materna.


O estudo, publicado nesta quarta-feira (24) na revista "Nature", é obra de pesquisadores da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, liderados pelo cientista japonês Masahito Tachibana.

O DNA mitocondrial, localizado fora do núcleo das células, é herdado sempre por via materna e é o responsável pela transmissão de doenças genéticas incuráveis que afetam especialmente os órgãos e tecidos com maiores necessidades de energia, como cérebro, coração, pâncreas e os rins.

A equipe de pesquisa conseguiu substituir o genoma mitocondrial com defeito por outro de uma doadora, livre de mutações danosas. Com isso, os cientistas obtiveram um óvulo capaz de produzir blastócitos (embriões de até cinco dias de vida) e células-tronco embrionárias normais.

O bebê que nascesse deste óvulo teria todos os traços genéticos de sua mãe biológica, mas levaria o DNA mitocondrial da doadora e estaria livre das doenças que, de outro modo, seriam herdadas de sua progenitora, disse o pesquisador Shoukhrat Mitalipov, um dos participantes do estudo.

Entre as doenças destaca-se a síndrome Melas, um distúrbio degenerativo; a síndrome MERF, que provoca ataques epiléticos e atrofia muscular; e a atrofia óptica de Leber, que causa a perda quase completa da visão.

Cerca de 4 mil crianças nascem com doenças de origem mitocondrial nos Estados Unidos, para as quais os únicos tratamentos aliviam os sintomas e atrasam sua aparição, segundo agências internacionais.

Antes do experimento com óvulos humanos, a equipe da Universidade de Oregon conseguiu aplicar sua técnica com sucesso em óvulos de macacos, que posteriormente foram fertilizados e deram origem a quatro filhotes saudáveis do animal, segundo Mitalipov.

O trabalho publicado nesta quarta representa o primeiro passo de uma pesquisa que, em humanos, pode se tornar em um tratamento genético que evite a aparição de doenças de herança materna, embora ainda precise superar os testes clínicos, ressaltou o cientista.
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