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Domingo, 28 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Antebraço concentra maior diversidade bacteriana do corpo

Julia A. Segre e seus colegas estão em uma expedição de classificação, coletando informação sobre a diversidade de espécies em um ecossistema. Mas Segre não está capturando insetos em alguma floresta ou coletando amostras de plâncton em uma viagem oceânica. As espécies do interesse dela e de seus colegas são bactérias, cujo ecossistema está bem mais próximo: na pele humana.


A pele é um ecossistema muito diversificado, na verdade, uma mistura de mini-ecossistemas, com a diversidade bacteriana que varia, dependendo da localização. Conforme descobriu Segre, do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano, e sua equipe, a área com maior diversidade no corpo, o meio do antebraço, abriga quase o dobro de espécies (44) que a parte com menor diversidade, atrás da orelha (19). "É um estudo definitivo que diz que o ecossistema da pele determina a diversidade microbiana", disse Segre.

O trabalho, que ampliou uma pesquisa anterior e faz parte de uma iniciativa de grande escala chamada Projeto Microbioma Humano, envolveu a coleta de amostras de 20 locais da pele de dez voluntários saudáveis. O DNA das amostras foi extraído e dezenas de milhares de seqüências de um gene bacteriano específico foram geradas.

No total, os pesquisadores identificaram mais de 200 gêneros de bactéria, encontrando muito mais espécies dessa forma do que pelo método convencional de cultura em placa de petri.

As áreas de coleta foram escolhidas por serem associadas a distúrbios de pele específicos; o objetivo final do projeto é possibilitar que essas e outras doenças possam ser diagnosticadas em um nível molecular. Os locais se encaixam em três categorias: seco (a palma, por exemplo), úmido (a axila, entre outros) e oleoso (ao redor do nariz e outros lugares). Em geral, áreas oleosas são menos diversificadas que as secas e úmidas.

Segundo Segre, as descobertas demonstram que as comunidades bacterianas da pele são complexas, com muitos micróbios benéficos ao lado de outros potencialmente nocivos. "Provavelmente precisaremos estimular o crescimento de bactérias saudáveis ao mesmo tempo que tentamos controlar as nocivas", disse Segre.

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