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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Estudo liga estresse na adolescência a distúrbio mental na vida adulta

Estudo liga estresse na adolescência a distúrbio mental na vida adulta
Cientistas da Universidade Johns Hopkins, nos EUA, encontraram uma ligação entre o estresse na adolescência e transtorno mental na idade adulta em camundongos com predisposição genética para esse tipo de problema.


A descoberta, publicada na revista “Science” desta quinta-feira (17), pode trazer implicações para a prevenção e tratamento de esquizofrenia, depressão e outras doenças mentais.

"Nós descobrimos que, em camundongos, o estresse na adolescência pode afetar a expressão de um gene que codifica um neurotransmissor, relacionado à função mental e a doenças psiquiátricas", explicou o líder do estudo Akira Sawa, professor de psiquiatria da universidade.

Durante o estudo, o professor e sua equipe isolaram camundongos saudáveis e com predisposição genética para desenvolver doença mental durante três semanas – período equivalente à adolescência do roedor.

Os resultados revelam que o isolamento não provocou qualquer efeito sobre o comportamento dos camundongos saudáveis. Já os animais com predisposição genética para transtorno exibiram comportamentos associados às doenças mentais, como a hiperatividade.

Além disso, quando os roedores com fatores de risco genético foram devolvidos ao convívio dos demais, eles continuaram apresentando comportamentos anormais. O fato sugere que os efeitos do isolamento duraram até o equivalente à idade adulta.
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Dopamina
Os resultados da pesquisa revelam não só a presença de níveis elevados de cortisol (conhecido como o hormônio do estresse porque é mais produzido em situações estressantes), nos animais com transtornos, mas também de níveis significativamente mais baixos do neurotransmissor dopamina na região do cérebro responsável por funções como controle emocional e cognição.

Para determinar se as taxas de cortisol influenciaram os níveis de dopamina no cérebro e os padrões comportamentais nos camundongos adultos com transtornos, os pesquisadores deram aos animais um composto chamado de RU486, conhecido por bloquear as células de recepção de cortisol. O resultado foi que todos os sintomas desapareceram.

Para entender o motivo da melhora, a equipe de cientistas se debruçou sobre o gene que produz a enzima que regula os níveis de dopamina. Este gene teve seu funcionamento alterado, inibindo-o de realizar sua função e, com isso, deixando a dopamina em níveis baixos demais.

A descoberta aponta para a necessidade de um melhor atendimento preventivo aos adolescentes com histórico de doenças mentais na família, incluindo esforços para protegê-los de situações que provoquem estresse, acreditam os pesquisadores.

Além disso, a compreensão da "cascata de eventos" provocada pelo nível de cortisol elevado pode levar ao desenvolvimento de novos compostos para tratar distúrbios psiquiátricos, com menos efeitos colaterais do que o RU486.
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