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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Com 32 encaminhamentos, mulher espera cirurgia bariátrica há 8 anos

Uma comerciante de Araraquara (SP) está há oito anos na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar uma cirurgia bariátrica. “Eu tenho 32 encaminhamentos para Ribeirão Preto, mas o que acontece é o que todo mundo me enrola, cada hora me mandam para um lugar e não decidem”, reclamou Danusa Vieira.


A comerciante afirma que já fez várias vezes os exames necessários, participou dos grupos de apoio, mas não consegue encaminhamento para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.

Com 29 anos e pesando 144 quilos, 70 acima do ideal, Danusa sofre com pressão alta, diabetes, além de ter dificuldades para fazer atividades do dia a dia. “Tenho dificuldade de andar, tomar banho. A solução é a cirurgia bariátrica”, afirmou.

Segundo a assessoria da Secretária de Saúde de Araraquara, a comerciante passará por novos exames e procedimentos, que serão avaliados até o dia 15 de abril, para que o encaminhamento para a cirurgia seja feito.Há seis meses, a podóloga Rosália Pimentel também sofria com a obesidade e os consequentes problemas de saúde. “Eu fiz todos os regimes possíveis, eu tentei demais, mas depois que a obesidade ficou mórbida é difícil, então resolvi fazer a cirurgia”, contou Rosália, que fez cirurgia em um hospital particular.

Para a podóloga, o procedimento trouxe vários benefícios. “Agora minha vida está maravilhosa. A qualidade de vida é outra, você se sente muito melhor, minha autoestima voltou”, declarou.

Recomendações
Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM) apontam que o número de operações aumentou 90% nos últimos cinco anos no país. Segundo o gastrocirurgião Mateus Alves, a cirurgia bariátrica só é feita se o paciente não conseguir emagrecer por outros meios.

“O índice de massa corpórea tem que ser acima de 40 ou acima de 35, quando o paciente tem alguma doença associada, como diabetes, hipertensão e colesterol alto”, explicou.

Alves disse ainda que a cirurgia não é isenta de riscos. “Tardiamente o paciente pode sofrer com problemas de desnutrição e pode ter hérnia na ferida da cirurgia”.

A idade mínima admitida pelo SUS pra esse tipo de procedimento é de 16 anos, o que já é um alerta para os maus hábitos alimentares e de vida, além de indicar o crescimento da população obesa.

“Mais ou menos 16% da população brasileira sofre com problemas relacionados à obesidade, mas esse número é ainda maior na população jovem. Devemos prevenir a obesidade, evitar que esse jovem tenha um ganho de peso pra evitar que precise ser feita uma cirurgia para resolver esse problema”, orientou o gastrocirurgião.
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