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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Consumo de álcool entre brasileiros se torna mais frequente, diz estudo

Um estudo publicado hoje em São Paulo mostrou que o consumo de álcool tem se tornado cada vez mais frequente entre os brasileiros. Segundo a pesquisa, o número de pessoas que bebem pelo menos uma vez por semana – chamados na medicina de “bebedores frequentes” – aumentou 20% ao longo dos seis anos.


O Levantamento Nacional de Álcool e Drogas (Lenad) é liderado pelos pesquisadores Ronaldo Laranjeira, Clarice Madruga e Ilana Pinsky, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A primeira edição do estudo analisou dados colhidos em 2006 e agora, com dados de 2012, os autores puderam fazer uma comparação entre os períodos.

Em 2006, 45% dos adultos entrevistados consumiam bebidas alcoólicas pelo menos uma vez por semana. Em 2012, o número saltou para 54%, o que representa um aumento proporcional de 20%. O aumento foi maior entre as mulheres: de 29% para 39%, aumento proporcional de 34,5%.

Também houve crescimento no tipo de consumo mais preocupante para os médicos, que é o consumo rápido da bebida – que é quando, em um período de duas horas, um homem toma cinco doses de bebida, ou uma mulher toma quatro. Em 2006, 45% das pessoas que bebiam apresentavam esse tipo de comportamento. Em 2012, o número passou para 59%.

No entanto, a quantidade de pessoas que bebem mudou pouco nos últimos seis anos. O número subiu de 48%, em 2006, para 52%, em 2012, o que os especialistas da Unifesp consideraram uma diferença insignificante.

O Lenad tem como objetivo analisar não só o consumo de álcool no Brasil, mas também outros aspectos relacionados com a bebida, como a sua associação com acidentes de trânsito, atos de violência ou depressão.

Políticas públicas
Para o professor Ronaldo Laranjeira, um dos coordenadores da pesquisa, as políticas contra o consumo de álcool precisam ser mais rigorosas. “O mercado do álcool permanece intocado”, definiu.

“Houve um aumento do consumo entre os que bebem. Você tem mais de um milhão de pontos de venda, as pessoas são estimuladas a consumir”, prosseguiu.

“A única medida que existe com uma fiscalização efetiva é contra beber e dirigir. Precisa mexer nessa política. O beber nocivo é o mais problemático”, afirmou.

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