Pela primeira vez um caso de infecção pelo novo vírus H7N9, da gripe aviária, foi notificado oficialmente na capital da China, em Pequim. O caso indica que o vírus está se espalhando, informaram agências internacionais neste sábado (13).

Autoridades sanitárias anunciaram o caso de uma menina de 7 anos infectada pelo vírus em Pequim. Ela é filha de um casal de comerciantes de aves e, provavelmente, teve contato com animais doentes. A garota está hospitalizada e seu estado de saúde é estável, segundo a Secretaria de Saúde de Pequim.

Na quinta-feira (11) , a menina apresentou sintomas de gripe, com febre, dor de cabeça e garganta. No hospital, exames revelaram a presença do vírus H7N9 em seu sangue.

O vírus já infectou 43 pessoas no leste da China. O caso em Pequim é a primeira infecção humana fora desta região, o que indica a propagação da doença. Segundo o último balanço divulgado por autoridades chinesas, 11 mortes de infectados já foram registradas.

Quarentena
Os pais da menina estão em quarentena, mas ainda não apresentaram sintomas da doença, segundo o hospital.

"Desde que o vírus apareceu em Xangai, estamos nos preparando", declarou em entrevista ao canal CCTV o doutor Cheng Jun, diretor do Hospital Ditan de Pequim, especializado em doenças infecciosas e onde está internada a menina.

Pequim possui mais de 20 milhões de habitantes e está localizada a mais de mil km de Xangai, onde outros casos foram registrados.

Autoridades das duas cidades começaram a adotar medidas para evitar uma epidemia. Após ordenar o fechamento dos mercados de aves, as autoridades proibiram a venda de pássaros.

Xangai e outras cidades sacrificaram milhares de aves, uma medida que afetou duramente o setor avícola chinês. Logo após o anúncio da primeira infecção humana pelo vírus H7N9 em Pequim, chineses começaram a expressar preocupação na internet. "É um mal sinal", escreveu um deles em um microblog.

Esta semana, as autoridades prenderam uma dezena de pessoas que teriam espalhado falsos boatos sobre a gripe aviária.

Transmissão do vírus
Antes do aparecimento dos primeiros casos na China, o vírus H7N9 não era transmitido para o homem. Após os casos, cientistas temem que uma mutação permita a contaminação de ser humano para ser humano, o que poderia desencadear uma pandemia. Por enquanto, só há indícios de que o vírus se propaga de animais para humanos.

O vírus H5N1 causou mais de 360 mortes em todo o mundo entre 2003 e março de 2013, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), que assegurou que ainda não há provas da transmissão entre humanos do vírus H7N9.

O diretor da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Bernard Vallat, declarou ser "bastante excepcional" a situação criada pelo vírus H7N9 da gripe aviária, já que sua detecção é "muito difícil" em aves.

"Enfrentamos uma situação bastante excepcional, já que o vírus influenza é pouco patógeno em aves, mas pode provocar doença grave nas pessoas infectadas", declarou Vallat, citado em um comunicado.