Uma equipe de pesquisadores da Universidade do Colorado (UC), nos Estados Unidos, afirmou ter descoberto as primeiras provas conclusivas da existência de margens de um lago que existiu em Marte. A informação foi dada por meio de comunicado, nesta quinta-feira (18).
Os cientistas calculam que o lago existiu há cerca de 3,4 bilhões de anos, cobria cerca de 200 quilômetros quadrados e tinha profundidade máxima de 450 metros, disse Gaetano Di Achille, que liderou o estudo.
A existência de um lago reforça a possibilidade de que formas de vida possam ter existido em Marte.
A suposta margem de um lago descoberta inclui uma série de falésias e galerias que podem ser os restos de depósitos nas praias.
"Esta é a primeira prova sem ambiguidades de margens na superfície de Marte", relatou Di Achille. "A identificação das margens e as provas geológicas que as acompanham nos permitem calcular o tamanho e o volume do lago."
As conclusões foram publicadas na revista virtual "Geophysical Research Letters", publicada pela União Geofísica Americana.
A análise das imagens captadas indica que a água escavou um cânion de quase 50 quilômetros de comprimento e depositou sedimentos que formaram um extenso delta, segundo os cientistas.
O delta e outros que rodeiam a bacia apontam para a existência de um lago grande e duradouro, disse Brian Hynek, professor da UC.
Além disso, as imagens mostram que o lago existiu durante uma época na qual, de acordo com os pesquisadores, Marte foi um planeta frio e seco.
"Esta pesquisa não só prova que houve um sistema de lagos em Marte por muito tempo, mas também podemos ver que o lago se formou depois de um período quente e úmido existente entre 4,1 e 3,7 milhões de anos atrás", explicou Hynek.