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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Estudo sugere usar bactéria em tratamento do câncer de pâncreas

Um tratamento experimental que usa a bactéria Listeria para infectar células de câncer no pâncreas e transportar substâncias que matem o tumor demonstrou ser promissora em pesquisas com animais de laboratório, afirmaram cientistas dos EUA nesta segunda-feira (22).


Embora ainda desconheçam se o método pode funcionar em seres humanos, cientistas da Escola de Medicina Albert Einstein, da Universidade Yeshiva, em Nova York, contaram ter ficado entusiasmados com sua habilidade para deter a metástase ou disseminação do câncer.

"Neste ponto, podemos dizer que temos um tratamento que é muito eficiente em reduzir a metástase em camundongos", afirmou a co-autora sênior Claudia Gravekamp, professora associada de microbiologia e imunologia na instituição.

A técnica experimental, descrita no periódico da Academia Americana de Ciências, a revista "PNAS", funciona usando uma forma enfraquecida de listeria, que em estado natural pode provocar doenças transmitidas por alimentos.

Segundo o estudo, 90% das cobaias com câncer de pâncreas tratadas com a nova técnica não demonstraram evidências de disseminação do câncer após três semanas. Os cientistas suspenderam o experimento após 21 dias porque é quando o grupo de controle de camundongos, que tinham câncer de pâncreas mas não foram tratados, começaram a morrer.

Metástase
O câncer de pâncreas tende a se espalhar rapidamente pelo corpo e é particularmente letal, pois costuma ser descoberto somente quando já avançou para além do órgão. Pacientes sem tratamento costumam morrer no prazo de três a seis meses e a taxa de sobrevivência de cinco anos é de apenas 4%.

Cientistas inseriram rádio-isótopos, comumente usados no tratamento de câncer, na bactéria. Em seguida, a bactéria radioativa infectou as células cancerígenas, mas não as células normais.

O tratamento interrompeu a disseminação do câncer na maior parte dos casos e aparentemente não tem efeitos nos ratos, porém mais estudos são necessários para ver se é possível prolongar o tempo de sobrevivência. "Com melhorias adicionais, nossa abordagem tem o potencial de iniciar uma nova era no tratamento do câncer de pâncreas metastático", disse Gravekamp. A equipe é a primeira a testar o conceito em um modelo animal.
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