A partir desta quinta-feira (23), o Sistema Único de Saúde tem até 60 dias para começar o tratamento de pessoas com câncer, a partir do diagnóstico. As regras valem para cirurgias ou sessões de quimioterapia ou radioterapia. De acordo com INCA o Instituto Nacional do Câncer - 520 mil novos casos vão aparecer só em 2013. Esse número deve aumentar nos próximos anos por causa do envelhecimento da população e do crescimento do tabagismo entre mulheres.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a regra não vale para todos os tipos de câncer: "O tempo começa a ser contado a partir do diagnóstico. A partir dali, é obrigatório começar o tratamento em até 60 dias depois. Se excluem desses casos o câncer de pele não melanoma, porque a própria biópsia já é considerada tratamento".

Segundo Padilha, é necessário que haja uma reorganização dos serviços de saúde públicos. "Os serviços de saúde, os hospitais, estados e municípios terão que se reorganizar. É uma nova etapa no tratamento do câncer no Brasil, é um novo SUS. É uma reorganização na rede de serviços para garantir esse direito que é fundamental", destaca o ministro.

Um dos desafios do Ministério da Saúde é melhorar a estrutura do SUS. "Em alguns estados e cidades, o SUS já tem estrutura. Apesar disso, nós vamos precisar ampliar os serviços de tratamento ao câncer nas regiões Norte e Nordeste do país e no interior dos estados da região Sudeste, Sul e Centro-Oeste", admite o ministro.

Além da estrutura, falta de médicos é vista por Padilha como um empecilho para a melhoria da qualidade do serviço público de tratamento ao câncer: "Um grande desafio é termos mais médicos. Hoje, para montar esses novos centros do câncer, o maior gargalo se refere a ter mais médicos especialistas no tratamento do câncer".