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Sexta-feira, 19 de julho de 2024

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Estudo mostra que crescimento da obesidade desacelera no Reino Unido

Foto: TV Globo

Estudo mostra que crescimento da obesidade desacelera no Reino Unido
O aumento do índice de massa corporal (IMC) está em fase de desaceleração no Reino Unido. Estudo publicado nesta segunda-feira (2) no "International Journal of Obesity", do grupo "Nature", mostra que, apesar de o IMC continuar aumentando na região, o crescimento torna-se menor a cada ano.


Entre os homens britânicos, o IMC médio variou de 25,6 em 1992 para 27,5 em 2010. Entre as mulheres, a variação foi de 24,5 para 26,5 no mesmo período. Um IMC acima de 25 já caracteriza excesso de peso. A obesidade é caracterizada por IMC acima de 30. O índice é calculado dividindo o peso (em quilo) pela altura (em metro) ao quadrado.
Pesquisas anteriores já apontavam para uma tendência de estabilização dos níveis de obesidade em alguns países desenvolvidos. Uma revisão de 22 estudos publicada em 2010 mostrou esse fenômeno em países como Inglaterra e Estados Unidos.

Nessa pesquisa mais recente, os cientistas britânicos tinham a intenção de descobrir de que maneira se dava essa estabilização: se a população toda estava engordando menos ou se o fenômeno ocorria em grupos específicos. Participaram do levantamento 76.382 homens e 87.773 mulheres de 20 a 74 anos. Foram analisados dados do período que vai de 1992 a 2010.

O que foi observado foi que, ao longo desse período, a população que já apresentava IMC alto continuou engordando. Enquanto isso, a população com IMC normal manteve-se dentro do peso adequado. A média anual de crescimento do IMC entre os que já tinham sobrepeso foi de 0,6 a 1,02 em homens e de 0,27 a 0,62 em mulheres. Já entre a população com peso adequado, o aumento médio anual foi de apenas 0,16 em homens e 0,08 em mulheres.
Especialistas afirmam que, em países mais desenvolvidos, a desaceleração do IMC deve-se às políticas públicas para controle de obesidade e ao maior acesso da população a alimentos saudáveis, que costumam ser mais caros, além da conscientização sobre a importância da prática de exercícios.

"Nos EUA, a epidemia da obesidade apareceu como um alerta que teve respostas fortes dos setores da saúde do país. Já a Europa tem uma cultura mais baseada no bem estar social e isso ocorreu de forma mais natural", diz o médico Paulo Poli Neto, diretor da Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade (SBMFC).

Situação no Brasil
Enquanto a obesidade começa a desacelerar nos Estados Unidos e no Reino Unido, no Brasil a situação é diferente.
Dieta (Foto: Editoria de Arte/G1)
De acordo com a mais recente pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), que foi divulgada na terça-feira passada, o Brasil tem 51% da população com excesso de peso e 17,4% da população com obesidade.

Os valores vêm aumentando de forma acelerada desde 2006, quando foi feita a primeira edição da pesquisa Vigitel. Na ocasião, 43% da população tinha sobrepeso e 11,4% era obesa.

Para Poli Neto, no futuro, o Brasil deve passar pelo mesmo fenômeno observado nos países mais ricos como a Inglaterra.
"Em 10 anos, aumentou muito o número de pessoas usando bicicleta como meio de transporte, por exemplo. As pessoas têm se preocupado mais com a alimentação também", afirma.

Atualmente, porém, o impacto da saída da população do meio rural para o meio urbano, além da melhora do poder aquisitivo das pessoas, que passaram a consumir mais alimentos industrializados, ainda é forte no aumento do peso dos brasileiros, de acordo com o médico João Eduardo Nunes Salles, diretor da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia - Regional São Paulo (Sbem-SP).

"As pessoas pararam de fazer trabalho braçal e passaram a consumir maior quantidade de comida industrializada", diz. Ele também considera que faltam políticas públicas e medidas de educação para combater a obesidade no país.

Especialistas lembram que o excesso de peso está relacionado ao aumento de doenças cardiovasculares, de diabetes tipo 2 e de câncer.
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