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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Cientistas identificam grão de mineral mais antigo da crosta terrestre

Um grão microscópico do mineral mais antigo da Terra foi datado com 4,4 bilhões de anos de idade, revelando detalhes sobre a "infância" do nosso planeta e de como ele se tornou propício para a vida, anunciaram cientistas.


A descoberta prova que, depois de seu surgimento, a Terra se manteve como uma bola indomável coberta por um oceano de magma por um período de tempo mais curto do que se pensava anteriormente.

Acredita-se que a Terra tenha se formado cerca de 4,5 bilhões de anos atrás. Mas pouco se sabe sobre seus primeiros anos, particularmente quando se tornou fria o suficiente para que a crosta pudesse se solidificar a partir da rocha fundida e para que a água se formasse.

Alguns afirmam que teriam sido necessários 600 milhões de anos para o resfriamento. Mas a descoberta, nas últimas décadas, de cristais de zircão, alguns com cerca de 4,4 bilhões de anos, pôs em dúvida essa teoria, mesmo que a determinação da idade dos minerais não seja conclusiva.

O novo estudo, publicado neste domingo (24) na revista científica "Nature Geoscience", confirma que os grãos de zircão coletados da região de Jack Hills, no oeste da Austrália, cristalizaram-se na época da formação da crosta terrestre, há 4,374 bilhões de anos, segundo seus autores.

Essa datação é 160 milhões de anos depois da criação da Terra e de outros planetas do nosso Sistema Solar - "muito mais cedo do que se acreditava anteriormente", segundo um comunicado de imprensa.

Terra primitiva fria
As descobertas fortalecem a teoria de uma "Terra primitiva fria", com temperaturas baixas o suficiente para permitir que água em estado líquido, oceanos e uma hidrosfera - massa combinada de água no planeta - se formassem não muito tempo depois da crosta, durante um período conhecido como Hadeano.

"O estudo reforça nossa conclusão de que a Terra teve uma hidrosfera antes de 4,3 bilhões de anos" e possivelmente abrigou vida não muito tempo depois disso, afirmou o co-autor do estudo, John Valley, geoquímico da Universidade do Wisconsin - Madison.

O estudo foi realizado com uma nova técnica, chamada tomografia de sonda atômica, que é capaz de determinar com precisão a idade do minúsculo fragmento mineral ao medir átomos individuais de chumbo contidos dele.

Devido à sua durabilidade, o zircão pode resistir a bilhões de anos de erosão e permanecer quimicamente intacto, contendo uma riqueza de informação geológica. Ele foi encontrado armazenado em rochas mais jovens e até mesmo na areia.

Esse novo conhecimento sobre quando a Terra esfriou "também pode nos ajudar a entender como outros planetas habitáveis se formariam", disse Valley.
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