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Quinta-feira, 18 de julho de 2024

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Britânico sofre de síndrome que o faz ser sociável e confiar facilmente em estranhos

O britânico Chris Steel tem 40 anos, é extremamente simpático e sofre da Síndrome de Williams (WS, na sigla em inglês), uma doença genética rara que afeta cerca de uma em 18 mil pessoas na Grã-Bretanha, conhecida como "o oposto do autismo".


Pessoas com WS são empáticas, sociais, amigáveis e cativantes, mas tendem a ter um baixo QI e encontram dificuldades em tarefas como contar dinheiro.

"Fico muito ansioso quando quero sair para fazer coisas. Também não posso lidar com dinheiro. Gostaria que isso fosse possível", contou o britânico à BBC. Ele sofre de ansiedade aguda e precisa de constante reafirmação das pessoas ao seu redor.

A Síndrome de Williams, identificada pela primeira vez em 1961, pode causar problemas cardíacos, atrasos de desenvolvimento e dificuldades de aprendizagem. A necessidade por atenção é tão grande que, em alguns casos, essas pessoas são capazes de ligar para a polícia fingindo haver uma emergência para ter a atenção de alguém.

A doença acaba reforçando a habilidade de atuar. "Sou bom em enrolar as pessoas e em ser um personagem em situações diferentes", diz Steel, que é ator em uma instituição de caridade, Mind the Gap, no norte da Inglaterra.

De acordo com sua mãe, Judy Steel, Chris é "ótimo para levar a festas", pois ele se apresenta a novas pessoas. Mas essa sociabilidade pode se tornar perigosa. Segundo Judy, ele "confia muito nos outros", o que faz com que tirem proveito dele. "Ele também precisa de pessoas ao seu redor para ser feliz e orientá-lo nas opiniões que deveriam ser próprias", explica a mãe, que tem o filho morando em casa até então.

A Síndrome
"Eles não têm uma capacidade cognitiva equivalente a sua idade linguística", diz Lizzie Hurst, diretora executiva da Fundação Síndrome de Williams em entrevista à BBC. "Também não conseguem avaliar o estado de espírito de uma multidão e agir de acordo com isso."

Hurst diz ser questionável se pessoas com WS são legalmente responsáveis por si mesmas. "Diria que não podem", acrescenta a diretora, que organiza churrascos e festas para pessoas com WS e suas famílias na Fundação.

"As pessoas com WS precisam de ajuda tanto quanto outras pessoas com outros transtornos mentais e, de muitas maneiras, eles precisam ainda mais de apoio e atenção, e isso tem um preço", explica.

Indivíduos com WS não têm uma expectativa de vida menor do que as outras pessoas, e alguns podem conseguir empregos, na maioria das vezes como voluntários, onde sua natureza solidária pode ser útil.

Lizzie está trabalhando para tornar a doença mais conhecida entre médicos britânicos, onde apenas um em cada 40 se deparará com a doença na sua carreira e é difícil detectá-la em bebês.

As características faciais da síndrome em crianças pequenas incluem um pequeno nariz arrebitado, um longo lábio superior, boca grande, lábios carnudos, queixo pequeno e um contorno branco na íris do olho.

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