A luta de Katiele Fisher ficou conhecida em todo o País após a divulgação do documentário Ilegal. O filme mostra como ela e seu marido traziam irregularmente dos EUA o CBD (canabidiol), medicamento derivado da maconha. A substância é usada no tratamento da filha deles, Anny, cinco anos, que é portadora da síndrome CDKL5.
Em entrevista ao R7, nesta segunda-feira (13), Katiele comentou a resolução do Cremesp (Conselho Regional de Medicina de São Paulo) de autorizar médicos com registro profissional no Estado a prescrever o CBD para bebês e crianças em alguns casos.
Katiele comemorou a decisão, mas cobrou um posicionamento do CFM (Conselho Federal de Medicina).
— Foi muito importante o passo dado em relação ao Cremesp, espero que os outros Estados sigam o mesmo exemplo. Mas a gente ainda precisa de uma opinião do CFM, que seria de extrema importância para a nossa situação atual, para que os médicos se sintam confortáveis para fazer a prescrição e as pessoas consigam ter acesso à medicação.
Desde abril deste ano, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) autorizou a importação do medicamento para o casal. Katiele ressaltou a melhora da filha após o uso do CBD. De acordo com ela, as crises convulsivas de Anny começaram aos 45 dias de vida.
— Ela continua sendo uma criança extremamente comprometida mas está muito melhor do que antes do canabidiol.
Katiele defendeu a expansão da resolução para que pacientes com outras síndromes sejam contemplados e criticou que o texto só considere crianças e bebês.
— A gente tem a ordem judicial. Para a Anny está tudo certo. Mas para a dona Maria do interior e para a dona Joana lá do Norte não, elas não vão conseguir [o remédio].