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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Recém-nascidos enxergam embaçado nas primeiras semanas de vida

Bebês vivem em universo multicolorido, com visão embaçada.

Eles compensam com a audição e sonham duas vezes mais que os adultos.

Os recém-nascidos enxergam embaçado nas primeiras semanas de vida. A visão, ainda fora de foco, mas muito atenta ao apelo das cores: quanto mais chamativa, mais sedutora. Eles ficam fascinados pelo vermelhão, azulão, amarelo ovo. É um universo multicolorido de descobertas e sensações que se revela diante dos olhos dos bebês.

Sobreviver ao parto é apenas o primeiro desafio. Ao longo dos dois meses seguintes, o bebê vai se dedicar a decifrar tudo o que o cerca. E o que ele vê nesse comecinho é uma confusão só. Isso porque, para formar uma imagem nítida, o cérebro precisa juntar as informações captadas por cada olho.

Os recém-nascidos não têm essa capacidade. Até fortalecer os músculos dos olhos, eles enxergam tudo dobrado. Grandes borrões que felizmente vêm com um pontinho de foco a cerca de 20 centímetros do rosto do bebê. Não por acaso, é exatamente a essa distância que fica o olhar carinhoso da mamãe que alimenta seu filhote. Talvez seja por isso que nós sempre nos inclinamos para falar com um bebê.

Também, por puro instinto, viramos mestres das expressões exageradas porque essas se sobressaem a qualquer imagem borrada. Assim como os brinquedos com cores fortes, bem chamativas. Na verdade, o que atrai os bebês nesta fase é o contraste. Preto e branco. Essa é uma dupla que vai sempre chamar a atenção. Se vier em forma de tinta, então. Algumas são totalmente inofensivas, feita para eles. Então já sabe: se quiser agradar um bebê, invista nas cores berrantes.

Vai levar alguns anos para que esses pequenos artistas consigam detectar todos os tons que agora enfeitam o tapete mostrado em vídeo.  A visão de um neném pode não ser uma maravilha, mas ele compensa tudo com a audição. O ouvido interno já vem de fábrica funcionando muito bem. A voz da mamãe é instantaneamente reconhecida, assim como as músicas que ela curtia durante a gravidez. Já dentro da barriga o filhote vai formando sua memória musical.

E não se preocupe demais com o barulho dentro de casa. Os bebês já nascem acostumados a uma zoeira considerável. Afinal, o batimento do coração da mãe atinge até 90 decibéis quando chega ao útero. Alto como o rugido de um carro esporte. Não é à toa que tantos bebês pegam no sono com alguém no volante.  O som constante, grave e abafado lembra muito os bons tempos dentro da barriga, e as leve sacolejadas também. Um barulho repentino pode até tirar o bebê do encanto, mas vai ser por pouco tempo.

Nos três primeiros meses, os bebês dormem até 16 horas por dia -  e não pense que a cabecinha deles fica parada esse tempo todo. Estudos mostram que os recém-nascidos sonham até duas vezes mais do que os adultos. É assim que o cérebro processa todas as novidades estranhas que apareceram durante o dia. Cientistas também constataram que o sono dos bebês também não é profundo como o nosso.

Muitos pais agora vão lembrar que já viveram uma cena como essa. Encontrar em plena madrugada uma fofura de olhos bem abertos. E pior: sem o menor sinal de querer voltar a dormir. Não é maldade do bichinho. Os recém-nascidos não fazem ideia se é tarde demais para brincar ou se já passou da hora de acordar, e isso pode bagunçar a rotina da casa. O que eles simplesmente não podem deixar de fazer é dormir.

Cada nova experiência vivida pelo bebê produz mudanças físicas dentro do cérebro. Um processo extremamente complexo que pode causar inesperados efeitos colaterais. Cientistas descobriram que algumas partes do cérebro de um recém-nascido ficam meio confusas até amadurecerem. Um barulho muito alto, por exemplo, pode se sentido na ponta dos dedos. E uma luz muito forte pode trazer um cheiro, no lugar de um impacto visual.

Isso acontece porque os neurônios formam trilhões de conexões dentro do cérebro e no começo essa rede fica um pouco bagunçada. Por isso, a ideia maluca de sentir o gosto de uma cor ou de cheirar um som, nessa fase, é completamente possível.  Significa que o cérebro é capaz de se adaptar a qualquer tipo de situação. E nos bebês essa flexibilidade não para de surpreender os médicos.

Thomas tinha só 3 meses quando foi diagnosticado com um grave tipo de epilepsia. Sofria mais de 90 ataques por dia. Os pais se revezavam durante a madrugada para amparar o filho. Sair de casa com ele era impossível. Uma série de exames mostrou que um lado do cérebro de Thomas estava inchado e deformado. Nenhum remédio surtia efeito. A cirurgia foi feita em caráter de urgência. Os pais ficaram assustados. “Pensei que levaria algumas semanas ou meses para acontecer, mas a operação foi feita em apenas dez dias. Agora eu vejo que foi a melhor coisa a fazer”, conta a mãe de Thomas.

Quanto mais novo o bebê, mais adaptável é o cérebro. “Se formos examinar o cérebro de Thomas agora, dá para ver que o lado mais inchado ainda está lá, mas partes dele foram retiradas. São as manchas escuras. E a conexão entre os dois hemisférios foi cortada”, explica a médica de Thomas. Metade do cérebro de Thomas nunca mais será ativada. “A ideia de remover metade do cérebro pode a princípio assustar, mas os estudos mostram que o lado bom que permaneceu ativo vai aprender a dar conta do recado. E isso é maravilhoso”, diz a médica.

Mesmo depois de uma cirurgia desse porte, Thomas teve apenas uma perda da coordenação motora fina e uma leve fraqueza em um dos lados. Um adulto que sofre um derrame em uma parte muito menor do cérebro pode ter sequelas devastadoras. “Foi difícil, mas ele está indo muito bem”, conta o pai de Thomas. O melhor de tudo: Thomas nunca mais teve um episódio de epilepsia.

A vida de toda a família mudou por completo. “Em vez de ficar com um caderno, uma caneta e um cronômetro para monitorar os ataques de Tom, agora podemos ensiná-lo a aproveitar a vida”, comemora o pai. Mesmo com metade do cérebro, as perspectivas de Tom são ótimas. Ele já está realizando as conquistas esperadas para a idade dele. O futuro agora é cheio de esperanças.

Domingo que vem, vamos descobrir como os bebês aprendem a comer, a andar, e a derreter nossos corações com as primeiras palavras.

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