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Quarta-feira, 17 de julho de 2024

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'Eu tinha verdadeira loucura por comida', diz jovem que eliminou 44 kg

Foto: Arquivo pessoal/Luiz Guilherme Prieto)

Paranaense deixou o sedentarismo e hoje faz musculação e se alimenta com foco na hipertrofia (Foto:

Paranaense deixou o sedentarismo e hoje faz musculação e se alimenta com foco na hipertrofia (Foto:

“Fartura” foi uma palavra repetida algumas vezes pelo técnico de microinformática Luiz Guilherme Calheiros Prieto, de 23 anos, durante a entrevista para o VC no Bem Estar. Ele cresceu em uma família em que o excesso de comida é regra. “A comida é um prazer imenso na vida da pessoa. Todas as comemorações são em volta da comida, da fartura. Meus pais sempre fizeram comidas deliciosas, difícil de resistir. Vivi isso intensamente na minha vida”, conta.

Luiz Guilherme já nasceu grande, com quase 4 kg, e em pouco mais de 20 anos de vida, passou dos 150 kg. “Não foi por questão de doença, foi um problema de família”, reconhece. “Meu pai chegou a pesar 200 kg.”
Aos poucos, o excesso de peso começou a cobrar seu preço. Apesar de muito jovem, Luiz Guilherme ficava ofegante com frequência, sentia dificuldade em agachar e começou a ter problemas de coluna. “Cheguei a travar da coluna. Fui ao médico, mas com a certeza que isso era por causa da obesidade. Depois disso, comecei a me preparar psicologicamente, porque eu sabia que chegaria um momento em que teria que mudar.”

Isso aconteceu cerca de dois anos e meio atrás, mas Luiz Guilherme seguiu adiando o início da mudança. Até que em junho de 2014, ele subiu na balança e viu que estava pesando 152 kg. “Quando vi que tinha passado dos 150 kg, decidi que aquele era o momento. Mas como eu ainda estava em férias, resolvi fazer uma despedida de todas as comidas pelas quais eu tinha maior loucura – porque é isso mesmo, era uma verdadeira loucura por comida.”

Cerca de um mês depois, o técnico de microinformática – que foi sedentário a vida inteira – entrou na academia. Além disso, ele consultou um endocrinologista, que passou uma dieta de 1.600 calorias diárias. “Com o tempo, comecei a gostar do esporte e, por conta desse gosto, troquei de dieta, fiz uma dieta com foco na hipertrofia.”

Luiz Guilherme finalmente entendeu que não podia mais seguir comendo quatro pacotes de macarrão instantâneo “enriquecidos” com uma boa dose de calabresa, bacon, queijo e requeijão no jantar. Hoje, apesar de ainda não ter conseguido incluir itens saudáveis como verduras e legumes no cardápio, ele aprendeu a se alimentar melhor. Frutas, por exemplo, já fazem parte da dieta. “Minha alimentação atual é baseada em proteína e carboidrato bom. Como bastante peito de frango, sem pele, feito de diversas formas: desfiado, cozido, grelhado, nunca com óleo – no máximo, um fio bem fino de azeite. Também como batata doce, arroz integral, tapioca e omelete feito só com a clara do ovo.”

Mas o jovem de Londrina (PR), que hoje vive em Bauru, no interior de São Paulo, não abandonou totalmente os hábitos de antigamente. Ele explica que algo que o ajudou durante esse processo foi fazer o “dia do lixo”, um dia em que a pessoa se permite sair da dieta e comer tudo o que tem vontade. “No começo, eu fazia uma vez por semana, hoje limitei a uma refeição só, não um dia inteiro”, diz.

Embora tenha funcionado para ele, este não é um hábito estimulado pelos nutricionistas. "O dia do lixo não é uma prática adequada porque, ao nos permitirmos a excessos alimentares em um curto período de tempo – extrapolando tanto no tamanho das porções quanto nos teores de gorduras, sódio e açúcares –, demandamos do nosso processo digestório uma capacidade de metabolização à qual ele não consegue responder. E isso, a longo prazo, pode aumentar o risco para inúmeros problemas de saúde", explica a nutricionista Simone Martens.

"O mais indicado é que possamos manter uma alimentação equilibrada em nutrientes, nos permitindo entre uma e duas refeições mais calóricas por semana. Assim, o organismo não tende a sofrer danos, pois pela existência de uma rotina alimentar sem grandes contrastes, consegue dar conta de metabolizar os pequenos exageros."

Com a mudança de hábitos, em apenas sete meses, Luiz Guilherme emagreceu mais de 40 quilos, saindo dos 152 kg para os atuais 108 kg. Ele ainda quer deixar para trás os três dígitos da balança e pretende chegar aos 99 kg. “Não existe mágica: você deve gastar mais (calorias) e comer menos. É assim que funciona. Não existe remédio milagroso, sopa milagrosa. As pessoas costumam pegar o caminho mais curto para chegar no objetivo, só que esse caminho, normalmente, não é nada benéfico. O que a gente procura é a saúde. O que você perde durante um período curto, ganha o dobro depois. A dieta é para o resto da vida. Se eu consegui, todo mundo consegue.”
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