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Sábado, 27 de julho de 2024

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após ataque cardíaco

Injeção reverte danos no coração de camundongos

O tecido cardíaco danificado não pode, em condições normais, se recompor, mas pesquisadores do Hospital Pediátrico de Boston, nos Estados Unidos, acreditam ter lançado as bases para futuras pesquisas de regeneração de tecidos após ataques cardíacos, em pacientes com insuficiência cardíaca ou em crianças com defeitos congênitos.

Fatores de crescimento estimulam a regeneração do coração e melhoram as funções cardíacas sem a necessidade de células-tronco cardíacas, concluiu estudo divulgado nesta quinta-feira (22).


O tecido cardíaco danificado não pode, em condições normais, se recompor, mas pesquisadores do Hospital Pediátrico de Boston, nos Estados Unidos, acreditam ter lançado as bases para futuras pesquisas de regeneração de tecidos após ataques cardíacos, em pacientes com insuficiência cardíaca ou em crianças com defeitos congênitos. Em estudo publicado na edição mais recente da revista “Cell”, os especialistas demonstram como um fator de crescimento chamado neuregulina-1 (NRG1), envolvido no desenvolvimento inicial do coração e do sistema nervoso, pode estimular o crescimento de músculos do coração e recuperar suas funções quando injetado sistematicamente em animais após ataques cardíacos induzidos.

Após o nascimento, as células dos músculos do coração (cardiomiócitos) normalmente param de se dividir e proliferar. Mas os pesquisadores liderados por Bernhard Kühn e Kevin Bersell conseguiram forçar “nova partida” do ciclo celular com o NRG1, estimulando cardiomiócitos a se replicar – mesmo sem ser células-tronco.

“Ainda que muitos esforços (de pesquisa) tenham focalizado em estratégias baseadas em células-tronco, nosso trabalho indicou que elas não são necessárias e que estimular cardiomiócitos (já) diferenciados a se proliferar pode ser uma alternativa viável”, afirma Kühn, principal autor do estudo.

Quando o grupo injetou diariamente o NRG1 na cavidade peritoneal de camundongos vivos após ataque cardíaco, durante 12 semanas, as funções de bombeamento sanguíneo melhoraram, na comparação com camundongos não submetidos à terapia (grupo de controle). Quando os cientistas também estimularam a produção de um receptor celular para o NRG1, conhecido por ErbB4, a multiplicação de cardiomiócitos ganhou um vigor extra.

Em 2007, a equipe de Kühn demonstrou pela primeira vez que as habilidades regenerativas do coração são dormentes mas podem ser despertadas. Os pesquisadores desenvolveram um biorremendo semelhante a uma esponja, embebido com um composto chamado periostina – abundante no corações em desenvolvimento dos fetos – mas raro em corações adutos. Quando o esparadrapo especial foi aplicado sobre as áreas danificadas do coração, tudo isso em camundongos, ele induziu a multiplicação de cardiomiócitos e melhorou as funções cardíacas (“Nature Medicine”, 2007; 13:962-9). Resultados similares foram observados em animais maiores. Atualmente, a periostina está em desenvolvimento pré-clínico no Hospital Pediátrico de Boston para aplicação futura em humanos com deficiências cardíacas.

Com o trabalho divulgado nesta quinta (22), um segundo composto é adicionado à caixa de ferramentas para regeneração cardíaca, com uma explicação mais clara de como periostina e NRG-1 trabalham como reconstrutores do coração. “Nós aplicamos periostina de forma direcionada, só na área afetada, mas o NRG1 funciona com injeções sistêmicas”, explicou Kühn.
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