Desde terça-feira (28), a equipe do Programa Municipal DST-Aids e Hepatites Virais, da Secretaria de Saúde de Cuiabá realiza ações voltadas ao Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais.  As atividades seguem até 15 de agosto e durante este período serão distribuídos kit's informativos. Também devem ser oferecidas palestras sobre prevenção e tratamento da doença em universidades, escolas e unidades de saúde do município.

Serão ainda realizados testes rápidos para detecção de hepatite e outras DSTs, além do encaminhamento para vacinação da Hepatite B, nos ambulatórios das Policlínicas da capital.

A data, comemorada em 28 de julho, foi marcada por um dia inteiro de atividades na UPA Morada do Ouro. A equipe esteve no local das 7h até às 16h entregando kit’s informativos com camisinhas masculinas e folder explicativo sobre prevenção e combate à doença. Foram distribuídos 300 exemplares.

Além disso, realizaram palestras para os pacientes que aguardavam atendimento na sala de espera. A equipe fez dezenas de testes rápidos para verificar algumas Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) como hepatites B e C, HIV e sífilis.

Durante o dia todo foi realizado o ciclo de vacinação onde cerca de 200 pessoas receberam a dose da vacina. A vacina previne o vírus da hepatite B, mas só passa a ter efeito imunizador após  três doses.

“É válido lembrar que mesmo imune à hepatite B, existem outras infecções sexualmente transmissíveis e ainda não há outra forma de prevenir senão usando preservativos”, explicou a enfermeira Maria Caroline Gallo, que coordena a ação.

Muitas pessoas podem portar o vírus e nem saber, diante disso correm o risco de evolução da doença causando maiores danos ao fígado. "Por isso é importante que a pessoa faça o teste rápido, que detecta não só a hepatite viral, mas outras doenças sexualmente transmissíveis e fica pronto em torno de 20 minutos" disse Maria Caroline. 

Tratamento

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para pessoas contaminadas com hepatites virais. Em Cuiabá, o atendimento é feito pela Secretaria Municipal de Saúde por meio do Serviço de Atendimento Especializado (SAE).

Após a realização do teste rápido e detecção da doença, o paciente é encaminhado ao SAE onde receberá acompanhamento médico, psicológico e assistencial, além da medicação.

Atualmente no SAE 28 pessoas são tratadas de hepatites virais. De janeiro a abril de 2015 foram detectados 14 novos casos da doença em Cuiabá, sendo 7 do tipo B e 7 do tipo C. Além disso, há 3 novos casos de hepatites associadas ao vírus HIV.

O teste rápido para HIV serve de diagnóstico, desde que seja feito o segundo teste rápido T2, para confirmar o resultado. Ou seja, com 02 resultados positivos pode-se dizer que a pessoa é portadora do Vírus do HIV, e a mesma será encaminhada ao SAE.

Já no caso do teste rápido para sífilis, hepatite B e C, estes servem para triagem, sendo confirmado o diagnóstico através de exames laboratoriais.

A doença

No Brasil as hepatites virais mais comuns são as causadas pelos vírus A, B e C. Estima-se que milhões de pessoas no país são portadoras do vírus B ou C e não sabem.Estas pessoas correm o risco das doenças evoluírem, tornando-se crônicas, e causarem danos mais graves ao fígado como cirrose e câncer.

As hepatites virais podem ser transmitidas por meio da relação sexual desprotegida, compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam, já que a transmissão acontece por meio do sangue.

Há também a transmissão de mãe para filho durante a gravidez, parto e a amamentação. No caso de gestante portadora da hepatite B, o filho recém-nascido logo após o parto (até 12 horas), deve ser imunizado com a Imunoglobulina, além de já receber no hospital a primeira dose da vacina contra hepatite B.

No caso da Hepatite A, o contágio acontece por meio das condições precárias de saneamento básico e água, de higiene pessoal e alimentos.

No caso das hepatites B e C, é preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no exame de sangue.

As hepatites evoluem conforme o tipo de vírus. Os vírus A e E apresentam apenas formas agudas de hepatite (não possuindo potencial para formas crônicas). Isto quer dizer que, após uma hepatite A ou E, o indivíduo pode se recuperar completamente, eliminando o vírus de seu organismo.

Por outro lado, as hepatites causadas pelos vírus B, C e D podem apresentar tanto formas agudas, quanto crônicas de infecção, quando a doença persiste no organismo por mais de seis meses.

Todas são doenças de notificação compulsória, ou seja, cada ocorrência deve ser notificada por um profissional de saúde. Esse registro é importante para mapear os casos de hepatites no país e ajuda a traçar diretrizes de políticas públicas no setor.