Durante anos, engenheiros biomédicos têm tentado desenvolver formas de entregar pequenas quantidades de um medicamento para um alvo específico --compostos anticâncer diretamente a tumores, por exemplo. Grande parte do trabalho envolve cápsulas em microescala ou outras estruturas ocas com aberturas que podem ser controladas pelo lado de fora do corpo.

Um dos esforços de pesquisa mais recentes vem do laboratório de Younan Xia da Washington University em St. Louis. Sua ideia? Colocas os medicamentos em compartimentos minúsculos e usar luz para abri-los e liberar as substâncias.

Esses "nanocompartimentos" são cubos de ouro, com lados medindo 50 bilionésimos de um metro e buracos em cada um dos cantos. Eles são facilmente produzidos, usando partículas de prata como molde, e depois cobertos com fios de um polímero. Os fios de polímeros são normalmente estendidos e espessos e cobrem os buracos no cubo. Porém, quando aquecidos, os fios entram em colapso, deixando os buracos abertos e permitindo que o medicamento ali dentro escape.

Como o polímero é aquecido? Ao aquecer o "nanocompartimento" com luz de radiação infravermelha. Comprimentos de onda próximos ao infravermelho não são muito absorvidos pelos tecidos do corpo, então a luz do laser infravermelho poderia penetrar alguns centímetros dentro do corpo, mas eles são absorvidos pelo ouro.

Xia, que descreve o trabalho em um artigo da Nature Materials escrito com Mustafa S. Yavuz, Yiyun Cheng, Jingyi Chen e outros, disse que, ao alterar a composição dos polímeros, eles poderiam ser destruídos, digamos, a alguns graus acima da temperatura corporal normal.

Os nanocompartimentos também podem ser levados a se unir a tumores. Uma vez injetados, eles encontrariam seu caminho para o tumor e ficariam inertes, até que expostos à luz infravermelha. Os buracos então seriam abertos e o medicamento seria liberado. Ao modificar a intensidade da força do laser, deve ser possível ajustar a velocidade da liberação da substância.