A falta de médicos no interior de Mato Grosso é um dos motivos para a superlotação dos hospitais de Cuiabá. Esta é uma das análises dos deputados membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, criada neste mês com o objetivo de tentar buscar soluções para os problemas de saúde pública enfrentados no estado e principalmente na capital.

Durante oitivas da Comissão, realizada no início da semana, o presidente do Sindimed, Luiz Carlos Alvarenga, afirmou que os médicos não querem ir para o interior do estado devido à instabilidade.

O deputado Wallace Guimarães (PMDB), relator da CPI e colega de profissão do presidente sindicalista, concordou com o fato e ainda completou: “O médico vai para o interior atraído por um salário alto. Chega lá e é explorado de fato. Com o tempo o salário diminui, entra um novo prefeito que não vai com a cara dele e o demite. Não tem estabilidade nenhuma”.

Segundo o presidente sindicalista, a luta por uma carreira de Estado para os médicos seria a solução para este problema. O plano seria similar ao de juízes e promotores, no qual o profissional iniciante começa locado na periferia do estado e com tempo de serviço chega à capital.

“Só vamos resolver o problema de interiorização quando houver uma carreira de Estado, quando o médico começar sua carreira lá naquela pontinha de Mato Grosso, na divisa com o Pará. E no fim da carreira, com um salário digno, vir para a capital”, disse Alvarenga.

"Temos que evitar a vinda de tantos pacientes para Cuiabá. Para isso foram criados os hospitais regionais. Precisamos manter o paciente no interior", declarou Sérgio Ricardo (PR), presidente da CPI da Saúde. 

Sérgio Ricardo anunciou que os membros da comissão devem visitar as unidades públicas de saúde do interior na próxima semana. A primeira a ser visitada deverá ser o Hospital Regional de Cáceres. "Recebemos informações de que aquele regional é o mais sucateado" .