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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Manifestantes pedem liberação das câmaras de bronzeamento no país

Cerca de cem pessoas realizaram um protesto ontem (23), em Porto Alegre (RS), contra a resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) que proibiu o uso de câmaras de bronzeamento artificial em todo o país.


A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Barbeiros, Cabeleireiros e Institutos de Beleza do Rio Grande do Sul e durou duas horas.

Exibindo cartazes que questionavam a proibição, os manifestantes percorreram ruas do centro da capital gaúcha e finalizaram o ato, por volta das 12h, em frente ao escritório da Anvisa no Estado.

A prática está proibida desde o dia 11 sob argumento de que o uso das câmaras de bronzeamento eleva o risco de desenvolver câncer de pele. Desde então, só podem funcionar equipamentos para finalidades terapêuticas, como tratamento de doenças de pele.

A Associação Brasileira de Profissionais do Bronzeamento também se manifestou contrária à medida. Segundo a entidade, não há dados oficiais no país relacionando o aumento no número de casos de câncer de pele ao uso do equipamento.

"Trabalho com isso há 12 anos, fiz curso reconhecido pela Anvisa e nunca ouvi falar de alguém que tenha contraído câncer de pele por causa de bronzeamento", reclamava Marli Vargas, 52, uma das manifestantes.

As clínicas de estética foram surpreendidas pela proibição no momento em que a procura por bronzeamento cresce por causa da proximidade do verão.
"Foi bem na nossa alta temporada. Era para fazer 45 bronzeamentos por dia nessa época, especialmente aqui no Sul, onde o sol não anda aparecendo", lamentou Marli.

Rafael Schmerling, oncologista do Icesp (Instituto do Câncer do Estado de São Paulo - Octavio Frias de Oliveira), ressalta que a OMS (Organização Mundial da Saúde) claramente colocou esses equipamentos como fatores carcinógenos.

Para o médico, o argumento dos manifestantes não se sustenta. "A única forma de provar que nunca houve um caso de câncer de pele relacionado a câmaras de bronzeamento no Brasil seria ter um 'registro contrário', acompanhando todas as pessoas que fizeram o procedimento e mostrando que nenhuma desenvolveu a doença. Desconheço registro tão amplo", diz o médico. "E o fato de não ter havido notificação não significa que algo não tenha ocorrido." Schmerling defende que o assunto passe por amplo debate na sociedade.
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