A teoria preponderante para a origem das Ilhas Havaianas é que os vulcões que as formaram são resultado de uma pluma mantélica, ou uma ascensão de materiais quentes das profundezas da crosta terrestre.

Mas é apenas uma teoria, e uma que já teve sua cota de críticos ao longo dos anos.

"As pessoas estavam esperando por imagens sísmicas de alta resolução", disse Cecily J. Wolfe, da Universidade do Havaí, em Manoa. Ao mostrar como as ondas sísmicas de terremotos viajam por meio do manto abaixo do Havaí, os sismômetros ajudariam bastante a resolver a questão.

Uma razão pela qual o problema não foi resolvido é a dificuldade de colocar sismômetros no oceano ao redor do Havaí.

Esse problema hoje já foi superado, com o uso de uma rede de sismômetros recuperáveis aplicados no fundo do mar por cientistas do Instituto de Oceanografia Scripps e do Instituto Oceanográfico Woods Hole. Junto a dados de sismômetros nas próprias ilhas, os dados apoiam a ideia de uma pluma mantélica abaixo do Havaí. E é uma bastante profunda, se estendendo pelo menos 900 milhas para o interior do manto.

Ondas transversas de terremotos viajam mais devagar em áreas de alta temperatura no manto. Usando dados de terremotos de magnitudes 5,5 ou mais altas, os pesquisadores conseguiram montar imagens tridimensionais do manto, "algo como um exame de tomografia computadorizada", disse Wolfe, principal autora de um artigo sobre o estudo na publicação "Science". Essas imagens revelaram a presença da pluma.

"Ver isso, e com a profundeza com que vimos, foi muito empolgante", disse Wolfe. "Isso realmente apoia a ideia de que as plumas são características vindas do manto mais baixo".

Quanto aos críticos, Wolfe está otimista que, com análises adicionais dos dados, as descobertas serão comprovadas. "Mais pessoas se sentem cuidadosamente apoiadoras", disse ela.