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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

Notícias | Ciência & Saúde

Política de George W. Bush provocou aumento da gravidez entre adolescentes, afirmam especialistas

Após uma década de declínio, as taxas de gravidez, nascimento e aborto entre americanas com idades entre 15 e 19 anos aumentou em 2006, segundo dados mais recentes do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde dos Estados Unidos, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças e do Censo dos EUA. E os especialistas do Instituto Guttmacher, que realizou o levantamento, atribuem esse crescimento à política de educação sexual do governo de George W. Bush, baseada apenas na abstinência sexual.


De acordo com a especialista Heather Boonstra, essa tendência é profundamente preocupante. "Ela coincide com um aumento nos programas de rígida ‘abstinência sexual apenas até o casamento’, que receberam os principais aumentos de financiamento na administração Bush. Um forte corpo de pesquisas mostra que esses programas não funcionam", ressaltou. "Felizmente, essa abordagem acabou com a promulgação de uma nova iniciativa de prevenção à gravidez na adolescência que assegura que os programas serão adequados à idade, clinicamente precisos e, o mais importante, baseados em pesquisas que demonstram sua eficácia", completou.

A taxa de gravidez entre as mulheres com idades entre 15 e 19 anos caiu de 117 gravidezes por 1000 mulheres no ano de 1990 para 70 por 1000 em 2005. O número de nascimentos nessa faixa etária caiu 35% no mesmo período, enquanto o número de abortos teve declínio de 56% entre os anos de 1998 e 2005. Segundo os especialistas, esses declínios foram resultados do maior e melhor uso de métodos contraceptivos pelos adolescentes nos anos 90.

Porém, segundo o levantamento, esses declínios pararam no início dos anos 2000, quando foram introduzidos os programas de educação sexual baseados na abstinência, e que não mencionavam a contracepção. E, a partir do ano de 2006, essas taxas foram revertidas. Cerca de 7% das jovens ficaram grávidas - uma taxa de 72 gravidezes por 1000 mulheres -, com muitas mulheres de 15 a 19 anos não sendo sexualmente ativas; entre as sexualmente ativas, essa taxa crescia para impressionantes 153 por 1000. Além disso, a taxa de nascimentos aumentou 4% em relação a 2005 e a de aborto cresceu em 1% neste período.
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