Muita gente adora passar uma noite apreciando um bom vinho, mas o que ocorre muitas vezes depois de uma noite tão agradável é a vinda de uma grande e terrível dor de cabeça. A enófila Adriana Grasso explica que este mal-estar é decorrente do excesso de Anidrido Sulforoso presente na bebida. “O Anidrido Sulforoso é um produto usado como anti-séptico, anti-oxidante e conservante no vinho. Ele inibe a formação de microorganismos prejudiciais à bebida e favorece sua longevidade. Sua utilização é regulamentada por lei em alguns países. Na Itália, por exemplo, existe um limite de 160mg/l para vinhos tintos e 210mg/l para vinhos branco e rose”, explica.

No Brasil, os vinhos precisam exibir a presença de Anidrido Sulforoso no contra-rótulo, mas a informação da quantidade não é obrigatória. “Não é simples determinar um índice aceitável, pois cada organismo reage a esta substância de forma distinta”, conta a enófila. Entre os bons produtores há um consenso de que o ideal seria não ultrapassar 100mg/l, mesmo a lei permitindo taxas mais elevadas. Já a Organização Mundial de Saúde recomenda um índice mais conservador: eles consideram aceitável o consumo de, no máximo, 0,7 mg/l por quilo de peso corporal (isso significa que uma pessoa com 70 kg não deve consumir mais de 49 mg/l de anidrido sulfuroso).

Adriana Grasso acompanhou em algumas publicações especializadas, um teste realizado em Torino, Itália, para medir a quantidade de Anidrido Sulfuroso presente em 28 garrafas de vinho branco de diferentes produtores de diversos países. O resultado foi interessante: 60% das garrafas tinham mais de 100 mg/l. Enquanto alguns rótulos tinham taxas baixíssimas de 5 mg/l, outras chegavam a 175 mg/l. “Devemos prestar muita atenção quando formos abrir uma garrafa de vinho branco, pois os odores de ocre e enxofre na bebida indicam um excesso dessa substância química”, alerta Adriana, que também sugere para quem tem sensibilidade ao Anidrido Sulforoso a opção dos vinhos biológicos