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Sábado, 01 de junho de 2024

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DESACORDO

Faiad critica uso de gravações telefônicas pela Polícia Federal

O presidente da Ordem dos Advogados – seccional de Mato Grosso -, Francisco Faiad, criticou a forma de investigação realizada pela Polícia Federal e não concorda, em hipóteses alguma, com gravações telefônicas entre advogado e cliente.


“Se permitirmos que isso aconteça daqui a pouco vão gravar conversas de padre no confessionário, vão gravar psicólogo com paciente e entrevista de jornalistas com suas fontes. A partir do momento que isso é usado contra o profissional perdemos a autonomia e independência nas nossas profissões”, afirmou Faiad durante entrevista exclusiva ao Olhar Direto.

Francisco Faiad também rechaçou as prisões feitas antes da instauração do inquérito e dos acusados serem ouvidos. Como exemplo, ele citou a prisão das advogadas Kattlen Káritas Oliveira Barbosa e Lucy Rosa da Silva, durante a Operação Volver.

“As advogadas foram presas antes de serem ouvidas pela autoridade policial e sequer sabiam que estavam sendo investigadas. Isso fere o princípio da ampla defesa, do contraditório e do devido processo legal”, explicou.

O presidente explica que a Ordem ingressou com o habeas corpus para garantir a liberdade de ambas, mas o papel da entidade terminou. “Garantimos a liberdade das advogadas, como já garantimos a outros inúmeros profissionais, e vamos garantir sempre que for necessário. Agora a partir daí elas que busquem fazer suas defesas tanto para entidade, que já instaurou procedimento administrativo, quanto para Polícia Federal”.

Sobre até onde vai à relação advogado-cliente, Faiad defende que seja uma relação cercada de todo sigilo e garantia de individualidade possível. “A relação cliente-advogado é a mesma daquele que tem a fé com o padre no confessionário. Então ela não pode ser violada e nem desgastada”, declarou.

No entanto, Faiad faz uma ressalva e avisa que se advogado cai para o mundo do crime ele deixa de ser advogado e se torna um criminoso. “Eu espero que não seja o caso das duas advogadas”, ressaltou.

As advogadas Katllen e Lucy foram acusadas de associação ao tráfico. O Olhar Direto teve acesso às gravações das duas advogadas com presos, nas quais elas negociam a soltura dos clientes.

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