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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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"Gosto de rir das minhas próprias desgraças", diz atriz da Globo

Mônica Martelli gosta de fazer rir. Tanto que não economiza piadas ao contar histórias, comentar sobre o dia a dia e relembrar os percalços de sua carreira. É justamente em função dessa característica que a intérprete da divertida e autoritária Dorinha, de Ti-ti-ti, se sente em casa trabalhando com a comédia, gênero marcante em praticamente todos os seus trabalhos em 18 anos de profissão. O sucesso na TV, no entanto, é bem mais recente. Depois de ganhar notoriedade com o monólogo Os Homens São de Marte... e É pra Lá que Eu Vou, em cartaz há cinco anos, ela conquistou espaço na televisão com os personagens Helena e Mateus na novela Beleza Pura, em 2008. Agora, Mônica se dedica a mais um papel de destaque no horário das sete da Globo.


"Sempre tive uma visão de mundo bem-humorada. Gosto de rir das minhas próprias desgraças. A Dorinha, se não fosse feita com humor, seria apenas uma carrasca. É isso que faz as pessoas gostarem dela", analisou.

Na trama de Maria Adelaide Amaral, Dorinha é uma ex-modelo que perde tudo após levar um golpe do namorado e passa a trabalhar cuidando das novatas na agência de Luísa e Edgar, personagens de Guilhermina Guinle e Caio Castro. Rígida e exigente, ela não poupa esforços para disciplinar as aspirantes a modelo. "Há uma dualidade interessante porque a Dorinha só é esperta até a hora de se apaixonar. Tanto que se deu mal por amor", resumiu a atriz, que buscou no cinema e em si mesma o tom severo da personagem. "Em alguns momentos, preciso ser autoritária e levei isso para o papel. Mas também me inspirei em vários filmes, de professoras, de moda e até de guerra, porque ela é quase um sargento. Limpei a locadora", brincou.

O mundo da moda, por sua vez, não é novidade para Martelli. E foi em um curso de modelo e manequim feito na adolescência que ela conheceu o universo de sua atual personagem. "Muito do que a Dorinha faz eu aprendi lá. Carreira de ator é assim. Tudo que a gente acumula de experiência durante a vida é utilizado uma hora", teorizou. Na época, ela chegou a trabalhar um tempo como modelo, mas não levou a experiência muito adiante. "Sempre achei que esse mundo da atuação e da moda fosse algo distante. Venho do interior e de uma família de professores. Não era tão fácil seguir por aí", lembrou a atriz, nascida em Macaé, no litoral do Rio de Janeiro.

A criação em uma família tradicional fez com que Mônica demorasse a investir na carreira de atriz. Foi somente aos 21 anos, quando já era casada e cursava a faculdade de Jornalismo, que ela começou a fazer teatro e encenou sua primeira peça profissional. Tudo para não ter de ouvir críticas em casa. "Não queria que falassem 'Ai meu Deus, mais uma invenção da Mônica'. Sempre tive vontade de fazer teatro e, depois disso, vi que esse era o meu mundo", derreteu-se. E garante ver apenas o lado bom no sucesso tardio. "Tudo na minha vida aconteceu mais tarde. O sucesso, as novelas e até a maternidade. A própria juventude já é muito excitante. Acho ótimo porque estou mais velha e tem muita coisa boa acontecendo", empolgou-se.

Reforço dos palcos

Mônica Martelli teve de percorrer um caminho longo até emplacar em sua carreira de atriz. Apesar de ter estreado na Globo em 1995 no humorístico Chico Total, onde trabalhou dois anos ao lado de Ingrid Guimarães, Heloísa Perissé e Alexandra Richter, a atriz admite que só teve seu talento reconhecido após a boa repercussão do monólogo Os Homens São de Marte... e É pra Lá que Eu Vou, escrito e encenado por ela desde 2005. "A peça representa o antes e o depois da minha vida. Antes, eu era uma atriz que fazia testes, ralava, e não conseguia pagar as contas com a profissão. Depois, o mundo se abriu para mim", orgulhou-se.
Dividida entre as gravações da novela e as apresentações da peça nos fins de semana, Mônica se prepara para viajar pelo Brasil inteiro com o monólogo, que já foi visto por mais de um milhão de pessoas. "Vamos passar por vários estados ano que vem. O curioso é que a maior parte do assédio do público é pelo teatro, e não pela TV", contou a atriz, que se inspirou em sua época de solteira para criar a história da Fernanda, uma mulher de 35 anos que não vê a hora de casar. "Não tem coisa pior que ser solteira. Me dá arrepios só de lembrar dessa fase", brincou.
Instantâneas

# O sobrenome verdadeiro de Mônica não é Martelli, e sim Garcia. Chico Anysio aconselhou a atriz a usar um nome artístico, para evitar o cacófato.

# Mônica chegou a cursar um período de Direito, mas largou os estudos para morar nos Estados Unidos. Ao voltar para o Brasil, ela se formou em Jornalismo e Teatro.

# Para ganhar dinheiro na época da faculdade, a atriz trabalhou maquiando alguns famosos, como Cássia Eller, Elymar Santos e Latino.

# Mônica já está acostumada a interpretar homens. Além do Mateus de Beleza Pura e dos rapazes que faz em sua peça, ela tinha um quadro no Zorra Total em que era metade homem, metade mulher. "Sou quase um homem. Sei tudo dessa vida", ironizou.
Ti-ti-ti - Globo - De segunda a sábado, às 19h15.
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