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Sexta-feira, 05 de julho de 2024

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"Dinho está viajando e um dia vai voltar", diz irmã

Pouco a pouco, passo a passo. É dessa maneira que Grace Kellen, irmã do Dinho dos Mamonas Assassinas, procura aceitar e assimilar melhor a morte do seu irmão e de todo o grupo. Mesmo depois de 15 anos do acidente que levou o fenômeno pop que conquistou todo o Brasil entre 95 e o começo de 96, ela ainda procura um chão para lidar com a ausência do irmão. E, convenhamos, quem não gostaria de ter um irmão como ele?


Muito apegada a Dinho, Grace ainda pensa com carinho no irmão e não são raras as vezes que ela até se esquece de que ele não está mais presente, ali com a família. Há momentos em que ela vê um filme, se lembra dele, e pensa: "vou contar pro Dinho, ele vai adorar". São momentos assim que Grace se pega vivendo. Como em uma fantasia estranha e irreal que talvez não passe nunca.

O grupo, com mais de 2 milhões de álbuns vendidos, ganhou uma nova geração de fãs depois da morte inesperada e chocante. Muitos que eram ainda bem pequenos na época do acidente. Como parte das homenagens, a produtora Tatu Filmes vai lançar nesta sexta-feira (17) o documentário Mamonas pra Sempre, que relembra a história do grupo que se foi no auge do sucesso. Na época, os meninos de Guarulhos chegaram a fazer 182 shows em apenas seis meses. Foi realmente um impacto na cultura e na música brasileiras da época.

Mamonas pra Sempre teve sua pré-estreia realizada nesta terça, em sessão gratuita, e mostrou que, a depender da animação do público que lotou a sala 1 do cinema antes, durante e depois do filme, este será um sucesso de bilheteria.

Leia, abaixo, a entrevista completa com Grace.

R7 - Dinho tinha um papel de destaque dentro do grupo, mesmo com os outros integrantes sendo também engraçados. O que o seu irmão tinha de especial?
Grace Kellen - Além de carismático, Dinho era muito criativo. Então a soma da criatividade dele com o humor dava um bom resultado. Ele não fazia simplesmente piadinhas, não era daqueles piadistas chatos. Meu irmão sabia o que ele falava e sempre no momento certo, tinha sacadas inteligentes em momentos próprios. Aquela coisa de sempre ter algo “na ponta da língua” e isso chamava a atenção das pessoas. Era um brilho natural.

R7 - Nem parece, mas já se passaram 15 anos desde que o grupo sofreu o trágico acidente. Passou rápido para vocês também?
Grace - Às vezez bate uma certa ilusão na gente do tipo “ele está viajando, vai voltar”. Até hoje, mesmo passados 15 anos, quando eu ouço uma piada legal ou vejo um filme com a cara dele, acho que vou mostrar pra ele e ele vai gostar de ver. Era o nosso hábito, de trocar ideias, de mostrar um para o outro o que acha legal. Então ainda acontece.

A gente tem que viver, tem que prosseguir, e a gente segue. Mas administrar a saudade é complicado. Tem dias que você está mais forte, tem dias que você consegue lidar melhor com isso. Tem dias, no entanto, que quando alguém perto de você fala a palavra “Dinho”, você desaba de chorar. Então é o dia a dia mesmo, passo a passo.

R7 - E o sucesso do grupo hoje? Você acha que ainda seria o mesmo se não tivesse ocorrido o acidente?
Grace - Acredito que sim. Eles tinham uma criatividade e uma vontade impressionantes. Os Mamonas nunca precisavam de estímulo pois faziam tudo com muito amor, com paixão. Digo sempre que eles se autoestimulavam e tinham uma coisa que, sem ela, não segue adianta: a motivação. Mesmo nos períodos mais difíceis, antes do sucesso, já tinham isso.

Talvez tivessem mudado um pouco o estilo ou qualquer coisa do tipo, mas, mesmo assim, acho que o sucesso seria o mesmo, fazendo muita gente rir.

R7 - Qual foi a importância do Rick Bonadio para a banda?
Grace - O Rick deixava os Mamonas sonharem. Ele não podava, entendeu? Se os Mamonas “viajavam na maionese” com alguma ideia, Rick já vinha com outra para continuar a viagem mesmo. Eles estavam juntos, parceiro mesmo. Seguia a mesma linha de raciocínio deles logo de cara. Se no começo Dinho e os amigos já vinham com uma ideia, Rick já sabia onde aquilo ia parar e deixava fluir.

R7 - Ele era um sexto integrante da banda mesmo então?
Grace - Ah, ele participava. O Dinho adorava o Rick, de ter amizade.

R7 - E o filme? O que achou?
Grace - Quando eu vi, ainda sem a edição final, eu gostei muito. São imagens deles mostrando como eles eram atrás dos palcos. E o filme ajuda a responder uma pergunta que eu ainda escuto muito: como eles eram foram do palco.

R7 - E como eles eram fora do palco?
Grace - Eram os mesmos palhaços. Sempre foram muito espontâneos, com criatividade a mil. Claro que a história dos Mamonas é enorme e tem muita coisa para mostrar, que nenhum filme vai acabar mostrando.

R7 - O que muita gente ainda hoje comenta e se pergunta é de como era a relação de Dinho com a Valéria Zoppello, então namorada do cantor. Você acompanhava de perto o namoro?
Grace - Eu sou suspeita pra falar da Valéria porque a amo de paixão. Até hoje a gente se chama de “cunhada”, pra você ver.

Eles tinham um relacionamento muito bom, era aquele começo de namoro de paixão mesmo, meio arrebatador. Um fazia de tudo para agradar o outro e aquela coisa de querer estar perto o tempo todo, junto sempre. Era muito bonito vê-los juntos. Além da beleza física dos dois, o carinho e o cuidado que um tinha com o outro eram lindos.

R7 - Ela sempre viajava com a banda. O que você tem a dizer sobre os comentários, inclusive citados no filme, que Valéria quisesse viajar só com Dinho, com a banda separada. O que você sabe disto?
Grace - Olha, é difícil a gente falar. Confesso que nunca perguntei isso pra ela até por uma questão de respeito porque sempre fomos muito amigas. E, claro, ainda é um assunto que nos traz muita dor, então não vale a pena falar desses detalhes. Mas pode ser que em algum momento ela tenha pedido para viajar só os dois juntos, mas não porque não gostasse da banda ou quisesse separá-los nem nada assim. Qual casal que não quer ficar sozinho?

É aquela questão de um aproveitar a companhia do outro ao máximo. Afinal de contas, eles não tinham muito tempo pra ficar junto, então acabavam aproveitando isso. Não vejo nada anormal nisso, é uma questão de casal.
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