Ariel Pink não chegou a grandes festivais de música (como o Pitchfork Fest) com páginas modernas na web, perfis em redes sociais da moda ou vídeos criativos no YouTube. Ele foi mais tradicional. O roqueiro de Los Angeles, associado ao "freak folk", usou principalmente fitas cassete (centenas delas) para gravar e divulgar seu material, e assim caiu no gosto da imprensa especializada americana.

Ele é uma das atrações do Fourfest, evento que será realizado nesta quinta-feira (15), na casa noturna Clash Club, em São Paulo. Também tocam as bandas The Pains of Being Pure at Heart e Some Community.

“Eu não mudei. Quando estou excursionando, gravo muita coisa no meu Tascam 488”, diz Ariel em entrevista ao G1, referindo-se a um velho gravador dedicado a cassetes. “Mas não trabalho tão rápido ou intensamente como eu costumava fazer. Não me cobro demais.”

Quando ele usa os adjetivos “rápido” e “intenso”, é pra valer. Desde quando começou, produziu centenas de fitas, todas armazenadas em sua casa. “São sacolas cheias, sacos e mais sacos; quatro caixas de leite recheadas de canções semi-acabadas, e uma maratona de improviso com amigos e artistas”, diz.

Ariel vem a São Paulo acompanhado pela sua banda, a Haunted Graffiti, formada por outros músicos de Los Angeles. Tocarão principalmente faixas de seu álbum de estreia, “Before today” (2010), entre elas “Round and round”, “Beverly kills” e “Butt-hound blondies”. Todas mais bem produzidas do que aquele material ouvido em suas gravações caseiras.

Ele diz, no entanto, que não se importa em mudar a sonoridade e soar mais “limpo”. “Eu não tenho medo. Por que deveria? Manter-se “verdadeiro” é irrelevante, opinião não importa. Fãs vêm e vão.”

Fourfest
Shows de Ariel Pink’s Haunted Graffiti, The Pains of Being Pure at Heart e Some Community

Onde: Clash Club, Rua Barra Funda, 969; tel. 11 3661-1500
Quando: 15 de setembro, quinta-feira.
Quanto: R$ 160