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Sexta-feira, 05 de julho de 2024

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No centenário de Nelson Rodrigues, Alessandra Negrini revive Engraçadinha, personagem marcante do autor

Foto: Foto: Fábio Guimarães

Alessandra regrine revive Engraçadinha 17 anos depois

Alessandra regrine revive Engraçadinha 17 anos depois

Genial, reacionário, visceral, maldito, tarado, pornográfico. Foram muitas as definições dadas a Nelson Rodrigues, que provavelmente diria frases de ruborizar os moralistas se visse Alessandra Negrini reencarnar 17 anos depois o espírito provocante da protagonista da minissérie "Engraçadinha... Seus amores e seus pecados" (1995).


Batom vermelho, vestido bem cintado, sentada sobre a mesa, à frente de dois figurantes, numa sala do Edifício Gustavo Capanema, no Centro do Rio, a atriz topou recriar a atmosfera de uma repartição pública da década de 40. Era um dos lugares em que a personagem provocava fascínio nos homens na trama dirigida por Denise Saraceni.

Assim surgiu a foto de capa do "Viva a TV!", que inicia hoje no EXTRA uma homenagem ao centenário do autor, nascido em 23 de agosto de 1912.

— Engraçadinha estava descobrindo os desejos e a pressão social sobre esses desejos, queria ser livre em contraposição aos preconceitos sociais... Aliás, Nelson é um especialista na alma feminina, na alma brasileira, né? — reflete a atriz ao relembrar a produção que a projetou: — Mudou a minha vida! Eu vinha do teatro, passei a fazer TV depois da minissérie.


Alessandra ficou no ar em seis dos 20 capítulos. Mas a repercussão da minissérie foi tanta que a atriz preferiu sair do país na época.

—- Larguei tudo no auge e me mandei para a Europa, sozinha, de mochila nas costas. Nunca tinha ido e lá fiquei por dois meses. Precisei sair fora geral para não me perder de mim. Coisa de garota, mas me dou total razão — diz ela, que tinha 24 anos na época.

Por vezes, Alessandra atuou completamente despida nas cenas de amor com o irmão Silvio (Ângelo Antônio). Em outras, mesmo vestida, mexia com a libido dos homens da cidade (Vitória, na primeira fase) e até de mulheres, como sua prima Letícia (Maria Luisa Mendonça).

— A nudez fazia parte do figurino. Não estava nua, estava vestida pela personagem, pela luz, pelo texto do Nelson — afirma a atriz, que foi substituída por Claudia Raia na segunda fase da obra: — Ela pegou uma pedreira maior. Como vinha depois, teve que estudar como eu tinha feito e pegar o meu jeito de andar, de falar.

A sintonia no trabalho das duas atrizes era tamanha que ficou no ar.

— Nos ensaios, gostei do perfume dela, passei a usar e uso até hoje. A Claudia vai ser sempre a minha estrela! — exalta Alessandra.

Com uma criação tão vigorosa, Nelson será interpretado no palco do "Viva a TV!" através de três temas recorrentes em sua obra: desejo, traição e morte.



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