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Sábado, 29 de junho de 2024

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Emissoras usam trilhas sonoras de novela para cativar o público

Como um personagem invisível, a música está presente em todas as novelas. E, em algumas delas, ganha o destaque de uma protagonista. Cheias de Charme, novo folhetim das sete da Globo, tem os gêneros tecnobrega, eletroforró e sertanejo universitário presentes com intensidade em sua trama. É a música que une as protagonistas entre si e a outros personagens, como o cantor Fabian, papel de Ricardo Tozzi. Na história, Penha, Rosário e Cida, de, respectivamente, Taís Araújo, Leandra Leal e Isabelle Drummond, são três empregadas domésticas que se tornam cantoras de sucesso. "A gente partiu desse universo das empregadas e esse universo puxou a questão da música popular. Nós fomos pesquisar e acabamos descobrindo esses estilos, que nasceram na periferia e não foram divulgadas por gravadoras, em um primeiro momento", explica Filipe Miguez, que assina a novela com Izabel de Oliveira.


Rebelde, da Record, é um bom exemplo de como a música pode influir na popularidade de uma novela. A produção infantojuvenil já está em sua segunda temporada usando seis jovens de uma banda como protagonistas. Entre conflitos típicos da juventude, eles tentam ensaiar e fazer shows. O sucesso foi tão grande que a banda Rebeldes saiu do mundo fictício e está fazendo turnês pelo país. "Eu acho que a novela fala muito com o telespectador através da música. A banda toca nas cidades, o público vê os atores de perto e canta com eles. Acho que uma coisa acaba completando a outra", avalia Margareth Boury, autora do folhetim.

Muitas outras novelas voltadas para o público infantil e jovem deram ênfase à música em suas tramas. Carrossel, produzida pela Rede Televisa no México e transmitida pelo SBT no Brasil em 1991, foi uma das primeiras novelas musicais que fizeram sucesso no país. Logo depois, a emissora começou a exibir a versão brasileira de Chiquititas ¿ originalmente uma produção argentina. Ela se tornou um dos folhetins mais longos da dramaturgia, com cinco temporadas, exibidas entre 1997 e 2001. "As músicas eram muito populares. Acho que foram essenciais para o sucesso de Chiquititas. Até hoje são muito assistidas através do You Tube", acredita Fernanda Souza, que interpretou a Mili, da primeira temporada.

Na Globo, Malhação, mesmo tendo um enfoque musical mais esporádico, também costuma tratar desse assunto. Várias bandas juvenis já passaram pela produção. A temporada 2008, que teve Sophie Charlotte, Rafael Almeida e Nathalia Dill no núcleo central, foi uma delas. Na trama, duas bandas rivalizavam, The Banda e Faniquito. A autora, Patrícia Moretzsohn, já havia testado a temática do grupo musical com sucesso em Floribella, da Band. E, novamente, teve êxito na audiência. Para ela, as novelas infantis e jovens permitem uma ousadia maior do que os folhetins tradicionais, o que explica novos formatos serem testados e acabarem dando certo nesse tipo de produção. "Algumas séries estrangeiras como Glee e Smash, por exemplo, mostram que há interesse dos adultos na abordagem musical. Talvez seja o caso de alguém dar o primeiro passo para descobrir a reação dos espectadores", opina.

As tramas musicais podem não ser o foco de novelas com público mais abrangente. Mas, muitas vezes, estão diluídas dentro de alguns núcleos. Em Amigas e Rivais, exibida pelo SBT em 2007 e 2008, Cacau Melo interpretava Nicole, uma moça pobre que sonhava ser cantora de MPB. Dois anos depois, Passione, da Globo, explorou o dom musical de Daniel Boaventura. Na trama, ele encarnava o misterioso cantor Diogo Dias e cantava canções em italiano. Já mais recentemente, Carol Macedo deu vida a "funkeira" Solange, de Fina Estampa. "Os autores procuram temas universais, que possam emocionar pessoas das mais diferentes realidades e culturas. Por mais que existam gêneros diferentes, a música é universal", analisa Patrícia Moretzsohn.

Recém-saída do ar, Vidas em Jogo, da Record, mostrou o samba-rock, uma fusão entre o samba e ritmos norte-americano realizada por artistas como Jorge Ben, Wilson Simonal e o Trio Mocotó, entre outros. Na trama, este era o estilo da banda do protagonista Francisco, de Guilherme Berenguer. Através do grupo musical, ele conhece Rita, de Julianne Trevisol, quando ela se torna dançarina da banda. A partir daí, iniciou-se um triângulo amoroso cujo terceiro vértice era Patrícia, vivida por Thaís Fersoza. "Eu gosto muito do processo musical. Eu já cantava, mas tive uma preparação de cerca de um mês", conta Guilherme Berenguer, que também teve o papel de cantor em Malhação, de 2004.
A nova novela do horário, Máscaras, é outra que também explora a música como um ponto importante na trajetória de personagens. Gino, de Emílio Dantas, por exemplo, é um cantor em formação que se apresenta em um navio. Em uma viagem, ele conhece Valéria, vivida por Bete Coelho, que passa a financiar seus estudos de canto com segundas intenções. Já Bruna de Túlio interpreta Sônia, uma cantora que descobre que tem um câncer terminal. "O drama que ela vive se reflete na voz dela. A Sônia canta o que sente. Então, houve toda uma preocupação com a construção da voz e do arranjo da personagem", conta Bruna.

Produções biográficas
Tramas musicais marcam presença de diferentes formas nas novelas tradicionais. Só que não são apenas os folhetins voltados para o público infantil e jovem que usam o tema como foco da história. Seriados também conseguem se aproveitar dessa abordagem. Antônia, exibida pela Globo em 2007, mostrava a vida de quatro amigas que formavam um grupo de rap e explorou assuntos sérios como o preconceito. A maioria das vezes, porém, a música é usada para contar a trajetória de compositores e cantores já consagrados. É o caso de Chiquinha Gonzaga, de 1999, também da Globo, que apresentou a vida da compositora, interpretada por Gabriela Duarte na fase jovem e Regina Duarte na fase adulta.
Mais recentemente na emissora, Maysa - Quando Fala o Coração retratou a vida da cantora Maysa, grande intérprete do gênero conhecido como "fossa" e Dalva e Herivelto - Uma Canção de Amor abordou os dramas pessoais e profissionais do casal de cantores que se destacou na Era de Ouro do rádio. Já Por Toda a Minha Vida segue a mesma linha para contar histórias compactadas em episódios. A produção já homenageou artistas como Renato Russo, Elis Regina e Raul Seixas. "O projeto está guardado. Deve voltar no ano que vem", aposta Ricardo Waddington, diretor de núcleo da produção.
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