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Domingo, 28 de julho de 2024

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"As Melhores Histórias de Todos os Tempos" traz a fábula de "João e Maria"

A atmosfera e o encanto dos contos infantis estão reunidos no título "As Melhores Histórias de Todos os Tempos", da Publifolha.


Veja abaixo um trecho de uma das histórias do livro:

João e Maria

Numa pequena casa, próxima a uma grande floresta, viviam um pobre lenhador, sua mulher e dois filhos pequenos, João e Maria. Por mais que o lenhador e sua mulher trabalhassem o dia inteiro, o dinheiro que ganhavam era muito pouco, e a cada semana ficava mais difícil alimentar a família. Naquele dia, para jantar, eles não tinham mais do que um pedaço de pão, que dividiram com as crianças. Todos foram dormir com fome. Um pouco depois, as crianças ouviram a mãe, nervosa, dizer que a culpa era do marido:

- Você não se esforça para arranjar mais trabalho, é por isso que estamos nesta situação.
- Não é verdade, mulher. Trabalho desde que o sol nasce até a hora em que ele se esconde, sem parar. Quando chego para jantar o que você me oferece é um pedaço de pão. Estou ficando sem forças.
- E nossos filhos, como poderemos alimentá-los?
- A comida que temos mal dá para uma pessoa, quanto mais para quatro! - respondeu o marido, desanimado.

Sem conseguir dormir, João e Maria escutavam a conversa dos pais. Assustados, ouviram a mãe dizer:
- Já sei o que devemos fazer. Amanhã cedo você chama os meninos para ajudar a cortar lenha. Deixe-os no meio da floresta e volte para casa.
- Mas mulher, eles ficarão perdidos na mata!
- Isso mesmo. Assim, quem sabe nós poderemos nos alimentar e ter uma vida melhor.
- Está bem. Farei o que você está dizendo - concordou o marido.

João e Maria, que tudo ouviam, ficaram apavorados.
- O que faremos? - perguntou Maria, chorando. - Vamos morrer de fome.
- Não chore, irmãzinha. Vamos pensar em alguma coisa.
- O que poderemos fazer? - perguntou Maria.
- Já sei - respondeu João, com certo alívio.

O menino levantou-se e foi pegar a caixa na qual guardava sua coleção de pedrinhas brancas para mostrar à irmã.
- Olhe, está vendo? Elas vão nos ajudar a voltar para casa - disse João, para tranqüilizar a irmã, enquanto enchia os bolsos do calção e do agasalho com as pedras. - Durma, Maria, vai dar tudo certo.

No outro dia, a mãe foi acordá-los bem cedo:
- Acordem, filhinhos - ela disse. - Hoje vocês vão ao trabalho com seu pai.
Pronto para sair, o lenhador esperou os meninos se arrumarem. A mãe deu um pedaço de pão para cada um. Beijou os filhos e disse que fossem obedientes. João e Maria seguiram o pai. João ia jogando as pedrinhas em pontos especiais do caminho. Assim, saberia que trilha seguir para voltar.

O pai nada percebia. Já distante da casa, o lenhador pensou que dali, certamente, seus filhos não conseguiriam voltar. Escolheu uma clareira na floresta.
- Vamos acampar aqui. Vou pegar um pouco de lenha para fazer uma fogueira. Esperem por mim, crianças.
- Tenho medo de ficar sozinha - disse Maria.
- Eu não vou demorar - respondeu o lenhador.
Os meninos já sabiam que o pai não voltaria. Maria estava assustada, com medo de ficar perdida.
- Não se preocupe, Maria - lembrou João. - Eu marquei o caminho de casa. É só seguir as pedrinhas brancas.

Foi o que fizeram. Um pássaro branco acompanhou as crianças de volta à casa.
O lenhador e sua mulher ficaram surpresos quando João e Maria chegaram. Não entendiam como tinham conseguido encontrar o caminho. À noite, estavam todos deitados, os filhos ouviram os pais conversando:
- Você realmente não faz nada direito - reclamou a mulher. - Certamente deixou as crianças muito perto de casa!
- Não, eu as levei para bem longe.

João e Maria nem piscavam os olhos, esforçando-se para ouvir direitinho tudo o que os pais diziam.
- Pois, amanhã, eu também vou com você - resolveu a mulher. - Deixaremos as crianças mais longe ainda, de onde elas não consigam voltar.
Os meninos ouviram o pai concordar com a mãe. João não tinha mais pedrinhas para marcar o caminho.
- O que vamos fazer? - perguntou Maria.
- Eu não vou comer meu pão e vou usar as migalhas para marcar o caminho.
O sol não havia nascido, e a mãe foi chamar os filhos:
- Acordem, crianças. Vamos com seu pai à floresta, temos muito trabalho por fazer.

Os meninos se arrumaram, a mãe deu um pedaço de pão para cada um. Os pais seguiam na frente, os meninos atrás. João, que não havia comido o pão, ia jogando as migalhas, marcando o caminho.
Mas ele não havia pensado que os passarinhos adoram comer migalhas de pão, e foi isso o que aconteceu. O lenhador e sua mulher levaram as crianças para mais longe ainda. A mãe ainda deu uma volta para desorientar os meninos. Depois o pai disse:
- Vamos acampar neste lugar. Eu e sua mãe pegaremos lenha para fazer uma fogueira. Não saiam daqui.
- Tenho medo de ficar sozinha - disse Maria.
- Não se preocupe, voltaremos logo - falou a mãe.
Os meninos sabiam que os pais não voltariam. João procurou a trilha de migalhas de pão. Viu um passarinho comendo o último pedacinho de pão que ele havia jogado. Procurou pelos outros, mas não encontrou nada.

Os dois meninos começaram a chorar, não sabiam o que fazer. Estavam perdidos. Iriam morrer. Gritaram pelos pais. Pediram socorro. Nada. João e Maria estavam com medo, com fome, com frio. Entre os terríveis barulhos da floresta, eles ouviram um canto maravilhoso. Era um pássaro branco como a neve, que parecia querer dizer algo para as crianças. Os irmãos resolveram seguir o pássaro, afinal não tinham nada a perder. Caminharam durante muito tempo, seguindo a ave, até que viram algo que nem em sonho podiam imaginar: uma linda casinha toda de biscoitos, com janelas de gengibre. Os biscoitos das paredes eram os mais lindos e deliciosos que havia.

João e Maria não pensaram em nada, de quem era aquela casinha, se estavam correndo perigo. Comeram o quanto podiam. Um pedacinho da parede perto da janela, outro pedacinho perto da porta, mais acima, mais embaixo. Ouviram uma voz que perguntou:
- Quem está comendo a minha casinha?
- É o vento - responderam as crianças.

Logo apareceu uma velhinha, que não enxergava muito bem, mas tinha a voz meiga e gentil.
- Queridas crianças, que bom que vocês chegaram aqui. Comam à vontade.

A mulher os pegou delicadamente pelas mãos e entrou com eles em casa. Mandou que tomassem banho, deu-lhes roupas limpas para vestir e serviu bons alimentos para os irmãos: leite, queijo, maçãs, ovos, nozes, cereais. Depois, a velhinha, com todo cuidado e atenção, preparou duas lindas caminhas com lençóis perfumados e branquinhos.
- João, eu nunca pensei que existisse cama tão linda e gostosa.
- Será que a gente está no céu? - perguntou o menino.

As crianças estavam exaustas de tanto andar e adormeceram felizes, pensando que finalmente estavam seguras. No dia seguinte, porém, tiveram uma surpresa.

"As Melhores Histórias de Todos os Tempos"
Autor: Lídia Chaib e Mônica Rodrigues da Costa
Editora: Publifolha
Páginas: 312
Quanto: R$ 54,90
Onde comprar: Nas principais livrarias, pelo telefone 0800-140090 ou pelo site da Publifolha.
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