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Domingo, 28 de julho de 2024

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Carlinhos Brown ferve festival franco-africano em Salvador

Salvador ferveu na noite desta sexta-feira (13) com o início do Festival de Músicas Mestiças, que uniu artistas africanos emergentes com destacados músicos locais, que se reuniram na casa de Carlinhos Brown.


O músico brasileiro foi a estrela indiscutível da primeira jornada deste festival, que acontece todos os anos na localidade francesa de Angoulême desde 1976 e que aterrissou agora na capital da Bahia por ocasião da celebração do ano da cultura francesa no Brasil.

Carlinhos tomou o palco com brios e protagonizou uma frenética exibição de bateria em companhia dos congoleses Les Tambours de Brazza, na atuação mais aplaudida na noite de Salvador, cidade considerada como o coração da cultura negra no Brasil e como a urbe com maior população negra fora da África.

"Bahia recebeu um presente: a responsabilidade de zelar os segredos da África e devolver-lhe à África e ao mundo sua essência", disse o artista a um grupo de jornalistas após sua atuação.

A primeira das três noites do festival foi aberta pelo grupo local Orkestra Rumpilezz, que ofereceu um espetáculo de jazz com raízes na música afro-brasileira e no candomblé, religião africana com forte conjunto de raízes na Bahia, em palavras do próprio líder da banda, Letieres Leite.

Saxofone e bateria

Saxofones, trombetas, trombonistas e clarinetes se misturaram com a bateria, a contundência dos atabaques africanos chamados rum, rumpi e les, e com o som metálico do agogô.

Depois foi a vez do trio cabo-verdiano Tcheka, que enamorou ao público com uma delicada receita de melodias alegres e a voz jovial do solista, acompanhado de apenas por um violão, um baixo e uma bateria.

Tcheka dividiu o palco com a cantora brasileira Mariene de Castro, que deslumbrou com uma voz potente e profunda e cantou os temas dos convidados no idioma crioulo cabo-verdiano.

Para fechar a noite, os congoleses Les Tambours de Brazza aumentaram as revoluções da festa mestiça, com o frenético ritmo de seus atabaques.

O redemoinho de percussão alcançou seu apogeu com a entrada de Carlinhos Brown, que irrompeu com ímpeto para levar à audiência ao delírio.

Carlinhos estabeleceu com os rapazes de Brazzaville um diálogo a base de percussão, com os atabaques como único argumento e instrumento para a réplica, para o deleite de uma multidão entregue apesar da chuva que apertou forte nesse momento do concerto.

O festival se prolongará até domingo, com a atuação de artistas como o haitiano Bélo, os percussionistas brasileiros do Olodum e outros músicos do Senegal, Chade e Costa do Marfim.

As atuações acontecem no Museu do Ritmo, uma casa cultural fundada em 2007 por Carlinhos Brown em Salvador, que está tentando abrir espaço como centro de referência para os músicos locais.

O festival coincidiu com a inauguração no mesmo recinto de um centro de músicas negras, que pretende ser um museu audiovisual que percorre todas as expressões musicais que apresentaram ao mundo os povos negros, desde a África ancestral até os clubes de Nova Orleans ou os diferentes sons latino-americanos.
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