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Sábado, 15 de junho de 2024

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Susana Vieira estreia seriado e diz que se fosse convidada posaria nua

Foto: Rodrigo Lopes

Susana Vieira estreia seriado e diz que se fosse convidada posaria nua
Minutos antes de chegar ao estúdio fotográfico, na última semana, Susana Vieira avisa por telefone que deseja jantar antes de começar a sessão. Um corre-corre se inicia em busca de cardápios que possam saciar o apetite da atriz. Ao chegar, Susana cumprimenta a todos de maneira simpática. Nada muito efusiva. Parece estar sentindo o ambiente. Dá uma passada de olho nas roupas separadas pela produtora de moda e se fecha no camarim com o maquiador e a assessora.


Do lado de fora, ouve-se que trabalhou 12 horas naquele dia. Aos 67 anos, já aposentada pelo INSS, inclusive, Susana esbanja uma vitalidade que impressiona.
— Alguém já disse que algumas mulheres não envelhecem porque conservam uma menina dentro de si — diz, enquanto folheia os tais cardápios.
É no de uma lanchonete que a atriz encontra o que quer: um frugal sanduíche de pão francês, queijo e filé de frango na chapa. Por pouco, não pediu pão com ovo.
Descrita assim, a atriz parece uma mulher simples, povão até. Fala alto, gesticula, tem humor afiado e não mede palavras sobre determinados assuntos. E quando decide não falar sobre eles, interrompe a questão mesmo parecendo ríspida. Do alto de seus pouco mais de 1,60m de altura, Susana intimida.

Mas, em contrapartida, numa mesma conversa pode ser divertida e emotiva.
Ao falar do pai, Marius Lúcio Vieira Gonçalves, que morreu há menos de um mês, a voz rouca chega a ficar embargada:
— Foi ele que descobriu que eu tinha talento artístico. Era um intelectual que me fez ler e fazer ginástica. Era severo, mas tinha predileção pela vida cultural. Minha mãe era delicada, educada, um sonho de pessoa. Aliás, eu adoraria ter puxado metade do que ela era. Pena que não puxei (os olhos marejam)... Pouco antes de partir, meu pai me disse: “Você é meu maior tesouro”. Depois falou que era grato a mim porque onde ia e dizia que era meu pai, as portas se abriam.

Prestes a estrear o seriado “Cinquentinha” (no ar a partir do dia 8), na pele da estrela Lara, uma diva na essência da palavra, Susana acredita que não existam mais musas do tipo. Ela mesma não se considera uma diva.

— A vida nos fez ir à luta. Nós, artistas, estamos trabalhando de segunda a segunda e ainda temos o fim de semana para fazer teatro, estar se apresentando
em algum lugar para fazer um dinheiro ou estar em casa com filhos e o marido. Não tem glamour. Se precisar, meu bem, a gente pega até van — justifica.




Ofício da arte
Por não se ver como uma diva, Susana, há 30 anos funcionária da TV Globo, não acredita que atrizes mais jovens também possam enxergá-la como tal.

— Acredito até que existam atrizes jovens que gostem de mim e me respeitem, mas como a emissora nos coloca, mais ou menos, no mesmo patamar, não acredito que me vejam como diva. Estas meninas entram na carreira artística com muito mais visibilidade, com tapetes vermelhos. A maioria não conquistou seu próprio espaço. Hoje em dia, para fazer uma atriz, uma estrela, uma celebridade, bastam cinco minutos. Na nossa época, tinha que batalhar para chegar lá. E batalhar, meu amor, era trabalhar — dispara.

Susana só consegue citar uma única diva brasileira: Tônia Carrero, com quem conviveu anos no teatro.

— Tinha verdadeira admiração por ela. Tônia tinha um guarda-roupa que ia do preto ao branco, passando por todas as cores. O marido tinha um iate. Onde ela entrava, tudo parava à sua volta. Calça jeans e camiseta, jamais! No camarim dela tinha tapetes persas, sofás coloridos, mucama... Era fresca, falava misturando o português ao francês, mas sempre com delicadeza. Um dia me disse que para ser uma estrela, talento e vocação deveriam estar juntos. E falou que eu tinha os dois — recorda Susana, que acaba se encaixando no título de diva mesmo sem perceber, quase paradoxalmente: — De 20 em 20 anos se produz uma grande atriz. Costumo dizer que primeiro foi a Tônia, 20 anos depois, eu, e depois de mim, a Glória Pires.



A vida dos outros
Sobre a personagem Lara, Susana conta que é uma mulher de temperamento forte, batalhadora, uma estrela. Qualquer semelhança não pode ser mera coincidência. Afinal, Aguinaldo Silva, autor do seriado, escreveu a trama pensando nela, em Renata Sorrah e em Marília Pêra. As duas saíram do projeto. Já Susana...

— Isso foi um presente do Aguinaldo para nós. Eu continuo com o meu.
Com o autor, por incrível que pareça, não mantém uma relação estreita:
— Nos falamos pouquíssimo, não temos grande intimidade, ele não atende telefone, eu não mando email. Ele escreve maravilhosamente bem e eu respeito o que está escrito e não recuso nenhum papel dele ou modifico personagens. Tenho a honra e o orgulho de ter trabalhado com todos os autores da TV Globo.

Em “Cinquentinha”, Susana vai contracenar com Flavia Vianna. Para quem não se lembra, a moça fez parte da sétima edição do “Big Brother Brasil” e, numa espécie de a “arte imita a vida”, a personagem é uma atriz iniciante. Com fama de temperamental, poderia se esperar de Susana Vieira algum nariz torcido por ter de fazer cenas com uma ex-BBB. Seus contemporâneos de profissão costumam ser implacáveis com quem sonha com seus 15 minutos de fama.

— O Wolf (Maya diretor do seriado) me pediu: “Susana seja compreensiva porque ela fez o teste e eu gostei”. Então acreditei no Wolf, vi que ela não estava ali por um favor. Olhei para a carinha dela, achei muito bonitinha e você acredita que a garota tem talento? Ela ficou tão agradecida por tratá-la bem, que me deu até vontade de chorar. Porque eu posso imaginar o quanto ela não estava assustada para fazer uma cena comigo, e o que ela passaria na mão de uma pessoa preconceituosa — revela a atriz, que adora assistir ao reality-show. Mas, com ressalvas: — Quem diz que não assiste está vendo o quê? Um documentário sobre a Grécia antiga? Duvido. Tem coisas contra e a favor. Na verdade, acho que expõe um pouco da miséria humana. O programa estimula a raiva, a briga, o ódio. É muito competitividade para nada. Isso é cruel? É. Mas assisto. Eu vivo no ano de 2009, querida!




Casamento, não
Antes de terminar o assunto, o celular de Susana toca. “Don‘t stop the music”, da cantora Rihana, ecoa pela sala. Do outro lado da linha é Sandro Pedroso, o namorado da atriz desde março. Susana pede licença e atende. Toda concessão ao amor é permitida... Susana parece uma adolescente: “Oi amor... fala môzinho”. Os dois conversam rapidamente sobre o dia. Ele conta do treino na academia e combina uma esticada com a namorada. Mas deixa escapar que vai antes. Susana, por sua vez, deixa claro que não gostou da ideia do amado. A ligação fica ruim e os pombinhos se despedem. Susana ainda brinca, dizendo qualquer coisa sobre o show, como se estivesse entre amigas. Não há dúvidas: ela está feliz. E apaixonada. Rapidamente, volta a se concentrar. A pergunta não pode ser outra a não ser sobre planos de casamento. Afinal, há dois meses, a atriz ganhou um anel de Sandro:
— Não penso nisso, sinceramente. Estou tão feliz que essas coisas nem me passam pela cabeça. Eu equaciono minha vida muito menos do que todos imaginam. Sou muito mais de instinto do que qualquer outra coisa. Estou feliz, as coisas estão correndo bem, eu trabalho, sou muito abençoada.

Chega o momento da primeira sessão de fotos. Susana aparece deslumbrante num vestido coral, coladíssimo ao corpo. Os cabelos, num tom louro mel, estão cacheados, esvoaçantes. Nos pés, sandálias de salto com finas tiras de strass. Ela adora sapatos. Já perdeu a conta de quantos tem. Por mês, ganha 50 pares de uma fã, dona de uma loja de calçados no Sul. Mas perde a cabeça ao ver um simples chinelo forrado de veludo: “E sigo feliz com minha sandalinha de R$ 39,90”, diz. O não letal complexo de centopeia à aproxima de mulheres comuns.

Ali, na frente da câmera fotográfica, no entanto, Susana se transforma num mulherão. Faz caras e bocas, dança ao som de Madonna e Beyoncé e dispara com as mãos na altura dos quadris:

— Olha, minha bunda está dura! Já que ninguém me convida para posar nua.. Porque se convidasse, eu posaria!

As especulações em torno de um ensaio para o site “Paparazzo” tomam forma. Se tudo for acertado, Susana será a “garota” de janeiro. Mais três produções são fotografadas. Susana adora cada uma delas e enche o estúdio de energia. Quando termina, corre para encontrar o “bofe”, referindo-se a Sandro, e ainda vai decorar textos para o dia seguinte. Quem a vê assim logo pensa em divas do passado. Mas Susana é uma dessas musas atemporais. E, certamente, nunca houve uma mulher como Susana.
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